"Um diálogo honesto e construtivo entre Kiev e Moscovo é essencial", declarou o representante das Nações Unidas, após uma reunião na capital russa com o Presidente Vladimir Putin.
"Discutimos as inquietudes legítimas da Rússia e do Presidente Putin, nomeadamente sobre a proteção dos direitos humanos, dos russófonos e das minorias russas" na Ucrânia, disse Ban Ki-moon. "Afirmei que a melhor maneira era destacar observadores da ONU e da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE)" para o território ucraniano, acrescentou.
Depois da passagem por Moscovo, Ban Ki-moon é esperado, na sexta-feira, em Kiev, onde terá reuniões com o Presidente interino ucraniano Olexandre Tourtchinov e o primeiro-ministro interino Arseni Iatseniouk, mas também com "representantes da sociedade civil", informaram na quarta-feira as Nações Unidas.
A organização internacional referiu na mesma altura que a deslocação de Ban Ki-moon aos dois países "fazia parte dos seus esforços diplomáticos para encorajar todas as partes a resolverem a atual crise de forma pacífica".
A república autónoma da Crimeia, um território no sul da Ucrânia e de população maioritariamente russa, está no centro da tensão entre Moscovo e Kiev desde a destituição, em fevereiro, do presidente ucraniano Viktor Ianukovich, considerado pró-russo.
As autoridades locais da península autónoma recusaram reconhecer o novo Governo ucraniano e referendaram, no domingo passado, uma união com a Rússia, apoiada por 96,77% dos votantes.
Vladimir Putin assinou na terça-feira um tratado bilateral de união com o primeiro-ministro da república autónoma ucraniana da Crimeia, Sergei Aksionov, e outros dirigentes da península, ignorando as sanções ocidentais impostas contra Moscovo.
Durante os últimos dias, a república da Crimeia tem sido cenário de incidentes envolvendo forças pró-russas e militares ucranianos.
Lusa