Orçamento 2020

O que levou o PSD a mudar voto na proposta do PCP de baixa do IVA na luz?

Partido justifica mudança de voto na proposta do PCP com alteração da ordem do guião

MIGUEL A. LOPES

Lusa

O PSD justificou hoje a abstenção na proposta do PCP de redução do IVA da eletricidade, depois de ter anunciado o voto favorável, com a alteração da ordem das votações no guião em plenário.

Em declarações aos jornalistas no Parlamento, o deputado do PSD Duarte Pacheco defendeu que o partido foi "coerente do primeiro ao último minuto".

"A nossa posição foi sempre, desde o início, que queríamos baixar o IVA da eletricidade e que não queríamos agravar o saldo orçamental", afirmou, salientando que, no guião das avocações hoje disponibilizado no site do Parlamento, o que estava previsto era a votação da proposta do PCP e só depois a das contrapartidas propostas pelo PSD.

"A partir do momento em que inverteram o sentido da votação para chumbarem as nossas contrapartidas, não nos restava outra opção para sermos coerentes e salvaguardar o saldo orçamental senão inviabilizar a proposta do PCP", defendeu Duarte Pacheco.

O deputado reiterou que, se tivesse sido respeitada a ordem do guião, o PSD teria votado a favor da proposta do PCP de redução do IVA de 23 para 6% e, depois, "o PS teria nas mãos" a aprovação ou não das contrapartidas do PSD para compensar a perda de receita - cortes nos gabinetes ministeriais e, sobretudo, entrada em vigor da medida apenas em 01 de e não em 01 de março, como defendia o PCP.

"Se fossem chumbadas, a responsabilidade não seria nossa, seria do PS, porque significava que, por birra, preferia que a medida custasse 300 milhões de euros em vez de custar 100 milhões aos portugueses", apontou.

Duarte Pacheco considerou que foi para "fugir a essa responsabilidade" que o PS pediu a alteração da ordem do guião.

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