Os embaixadores dos 27 reunidos esta manhã não decidiram ainda o novo prazo a dar para a efetivação da saída do Reino Unido da UE mas confirmaram que todos os Estados-membros são favoráveis a um adiamento.
A decisão deverá ser anunciada na próxima semana.
De qualquer forma, todos os 27 Estados membros estarão de acordo com a extensão do prazo, que deverá ser feito por procedimento escrito, o que significa que Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, não deverá convocar qualquer reunião extraordinária dos líderes da UE.
Inicialmente previsto para 29 de março passado, o Brexit já foi adiado para 31 de outubro, tendo o Reino Unido solicitado uma segunda extensão do Artigo 50.º, face à incapacidade dos britânicos em aprovarem o Acordo de Saída na Câmara dos Comuns.
Os deputados britânicos rejeitaram na terça-feira, com 322 votos contra e 308 votos a favor, o calendário proposto pelo Governo do Reino Unido que previa uma aprovação da lei de aplicação do acordo até 24 de outubro, um prazo classificado como demasiado curto para debater um texto de 110 páginas.
O primeiro-ministro Boris Johnson anunciou logo de seguida que o Governo iria suspender o processo legislativo para o Brexit e acelerar os preparativos para uma saída sem acordo na sequência de uma derrota no parlamento.
Antes de chumbar a moção com um calendário para acelerar o processo e concluir a aprovação em três dias, até quinta-feira, a Câmara dos Comuns já tinha aprovado a proposta de lei [Withdrawal Agreement Bill] na generalidade [second reading] por 329 votos a favor e 299 votos contra, uma margem de 30 votos.
A proposta de lei dá efeito legal ao acordo de saída negociado por Boris Johnson com Bruxelas e finalizado na semana passada e define questões como o período de transição até ao final de 2020 para permitir às empresas adaptarem-se às novas condições e também para as duas partes negociarem um novo acordo de comércio livre.
Insere também o protocolo sobre a Irlanda do Norte na legislação nacional e estabelece o veículo para o pagamento da compensação financeira à UE, calculada em 33 mil milhões de libras (38 mil milhões de euros).