Ricardo Costa, diretor de informação da SIC, e Paulo Baldaia, comentador da SIC, consideram que não faz sentido vetar um deputado, referindo-se a Diogo Pacheco de Amorim, do Chega. Já sobre o excedente orçamental, Sebastião Bugalho diz que não compreende o PS, depois das críticas de Carlos César.
Ricardo Costa diz não estar surpreendido com o acordo entre o PSD e o Chega para viabilizarem as propostas de nomes para a Mesa da Assembleia da República, destacando a importância de a proposta ter partido dos sociais-democratas.
"Acho que na legislatura anterior os deputados não deviam ter votado contra o nome do Chega para vice-presidente do Parlamento", afirma.
Para Ricardo Costa, esse veto ajudou que o partido de André Ventura continuasse com "comportamentos desrespeitadores", uma vez que a partir do momento em que se está na mesa do Parlamento a probabilidade de irem "contra o sistema" é menor.
O PSD e o Chega alcançaram um acordo para viabilizar as propostas de nomes para a Mesa da Assembleia da República, revelou esta segunda-feira André Ventura.
“O PSD informou esta tarde o Chega de que viabilizará a nomeação dos vários dirigentes do Chega para os cargos de vice-presidente da Assembleia da República, secretário da Assembleia da República e de vice-secretário da Assembleia da República”, afirmou o líder do Chega em declarações aos jornalistas no Parlamento.
André Ventura não anunciou os nomes propostos para estes cargos, mas garantiu que os vai revelar até ao final do dia, depois de reunir com o seu grupo parlamentar.
E o nome de Diogo Pacheco de Amorim?
O diretor de informação da SIC e grupo Impresa considera que Diogo Pacheco de Amorim "não é um nome complicado", fazendo alusão à altura em que Mário Soares defendeu a amnistia das FP25.
"É totalmente absurdo que, em 2024, o queiram vetar devido a eventuais ligações a movimentos que tinham ligações a redes bombistas", diz.
Na mesma linha, Paulo Baldaia, comentador da SIC, considera que "não faz sentido", no ano em que se celebram os 50 anos do 25 de Abril, vetar deputados que foram eleitos.
"Não veja deputado que não possa exercer o cargo. Não do ponto de vista da competência, mas do ponto de vista democrático", afirma, acrescentando que nenhum deve ser vetado.
Ainda assim, admite que achou estranho o acordo entre o PSD e o Chega.
"Não percebo por que razão o PSD insiste em querer sinalizar este momento de acordo com o Chega", refere.
Ainda sobre este tema, Sebastião Bugalho afasta que significa um "acordo". Diz que Luís Montenegro, presidente do PSD, está apenas a "manter a coerência de há dois anos", quando era líder da oposição.
Os deputados vão eleger na terça-feira não apenas o novo presidente da Assembleia da República, mas todos os elementos da mesa do Parlamento,
Na sessão inaugural da XVI legislatura, será eleita toda a Mesa da Assembleia, composta pelo presidente da Assembleia da República, por quatro vice-presidentes, quatro secretários e quatro vice-secretários e os elementos do Conselho de Administração do Parlamento.
Excedente orçamental
Sobre o excedente orçamental de 1,2% em 2023, anunciado esta segunda-feira, Sebastião Bugalho diz não entender o Partido Socialista. Para o comentador da SIC, as críticas de Carlos César, considerando o excedente excessivo, são "incompreensíveis".
"Estão a criticar um excedente do seu próprio Governo e a criticar um feito do seu próprio ministro. Não consigo perceber como a atual liderança do PS está em campanha aberta ao seu próprio Governo", sinaliza.
Já Ricardo Costa refere que a posição de Pedro Nuno Santos, líder socialista, "sempre foi difícil".
"O PS já não fez campanha eleitoral com o tema do défice e contas certas na mesa. Devia ter feito porque era mais em continuidade, mas não fez", afirma.
Para o diretor de informação da SIC, Luís Montenegro vai ter dificuldades porque "a seguir a passar cheques vem a parte complicada".
Portugal registou um excedente orçamental histórico de 1,2% no ano passado, que supera a previsão oficial de 0,8% do Ministério das Finanças, revelam dados divulgados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).