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Marques Mendes responde ao Governo: "É tão óbvio, que não pode ser desmentido"

A troca de acusações entre Governo e Luís Marques Mendes continua. Agora foi o comentador da SIC quem respondeu ao Executivo que, recorde-se, o acusou de proferir declarações “falsas”. No centro da polémico estão milhões do PRR.

TIAGO PETINGA

Ana Lemos

SIC Notícias

Luís Marques Mendes comentou, no habitual espaço de opinião no Jornal da Noite da SIC, esta manhã de segunda-feira o Governo comentou, repudiando o que classifica de “acusações falsas”, e agora Marques Mendes respondeu ao Executivo.

“O que eu disse é totalmente verdade: durante semanas ou meses vai ser retida em Bruxelas a verba de 2,775 MM€ relativa ao quinto desembolso do PRR. A prova, de resto, é que o Governo nem sequer apresentou à Comissão Europeia o respetivo pedido de pagamento. É um facto tão óbvio, tão óbvio, que não pode ser desmentido”, afirma Marques Mendes, em comunicado a que a SIC teve acesso.

Mais, prossegue. “Sabendo o Governo que ia entrar em gestão, devia ter antecipado a aprovação dos diplomas que eram obrigatórios para garantir aquele pagamento. Fosse em Conselho de Ministros, fosse na Assembleia da República (AR), até ao dia da sua dissolução. É o habitual nestas circunstâncias e foi o que foi feito noutras matérias”.

A terminar o comunicado de três pontos, Marques Mendes reitera que o “Governo teve tempo para aprovar todos os diplomas indispensáveis ao recebimento da verba em causa, incluindo as questões que obrigariam a propostas de lei”.

Lembrando que “a AR só foi dissolvida a 15 de janeiro”, o comentador SIC sublinha que “entre 7 de Novembro, data do início da crise e 15 de janeiro, data da dissolução, houve tempo bastante para aprovar o que se sabia ser indispensável para não haver atrasos nos pagamentos”.

Pelo que, conclui Marques Mendes: “Não tendo havido essa diligência, houve uma séria negligência”.

Marcelo deu carta branca ao Governo

Antes do esclarecimento de Luís Marques Mendes, o semanário Expresso tinha recordado que, em dezembro, já com o Governo em gestão, o Presidente da República não impôs qualquer entrave, pelo contrário. Na altura disse: "É muito simples. Tudo o que diga respeito ao PRR eu serei aberto e generoso”, disse quando decretou a dissolução do Parlamento.

Mas Marcelo, recorda o Expresso, foi ainda mais longe ao vincar que: “Tudo o que for lançar e aplicar no terreno essas verbas vai seguir. Tudo o que for diplomas novos do Governo, depois de dissolvida a Assembleia da República (quando o Governo entrou em gestão), vou analisar decreto a decreto para saber se é mesmo muito importante nos meses que falta até às eleições para a economia do país e, sobretudo, para a aplicação do PRR”.

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