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Guerra na Ucrânia: "Confirma-se que a Rússia está a preparar uma grande ofensiva"

Na análise à atualidade internacional, Germano Almeida alerta para as declarações de Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, a um jornal pró-russo nas quais pela primeira deixa de usar a designação "operação militar especial" e refere que a Rússia está em "estado de guerra".

Germano Almeida

SIC Notícias

Rússia está a a atacar infraestruturas de eletricidade na Ucrânia. Kharkiv, uma das maiores cidades ucranianas ficou parcialmente sem eletricidade. Os ataques da última madrugada provocaram várias vítimas. O Presidente Volodymyr Zelensky diz que Moscovo lançou 90 mísseis e 60 drones contra infraestruturas energéticas. O comentador da SIC, Germano Almeida, analisa os últimos desenvolvimentos da guerra na Ucrânia e também no conflito do Médio Oriente.

“É preciso ler o momento dias depois da reeleição de Putin, com Putin a preocupar-se cada vez menos com o que tem que prestar contas à opinião pública e ao sentimento interno da Rússia e sabendo das grandes dificuldades da Ucrânia.”, começa por referir Germano Almeida.

"O que aconteceu nos últimos dois dias foi o maior ataque em 6 semanas na noite de anteontem para ontem, com o dado positivo de aparentemente as antiaéreas ucranianas terem conseguido intercetar a 100% os 31 drones e mísseis enviados. No entanto, foi claramente um teste russo à capacidade das baterias antiaéreas ucranianas, mais do que um teste à capacidade, um desgaste, porque se agora foi de 100%, se calhar na próxima não será", explica.

No entender do comentador da SIC “confirma-se que a Rússia está a preparar uma grande ofensiva e que, além destes atos, está também a consumar-se nas palavras, chamo a atenção para o que disse Peskov a um jornal pró russo ontem, disse que a Rússia está em estado de guerra. Pela primeira vez o Kremlin a fletir de operação militar especial para estado de guerra”.

Germano Almeida alerta para uma nova fase na guerra na Ucrânia, sustentadas por “análises militares e também de informações militares americanas e britânicas que apontam que até abril isso pode acontecer de forma muito significativa”.

O interesse de Putin e Xi no conflito do Médio Oriente

O secretário de Estado norte-americano está mais uma vez em Israel. Há expectativa de que nesta sexta viagem ao Médio Oriente, Antony Blinken tenha sucesso nas negociações de um cessar-fogo e na ajuda humanitária.

“Alguma coisa parece, de facto, estar a mudar na relação Estados Unidos-Israel (…) Chamo a atenção para o que disse Joe Biden [Presidente dos Estados Unidos] anteontem, disse que uma operação militar israelita em Rafah não só agravaria as condições e o sofrimento do povo palestiniano e a anarquia em Gaza, como também isolaria Israel e internacionalmente”, sublinha Germano Almeida.

O comentador da SIC realça ainda a evolução dos Houthis no terreno.


"Os Houthis lançaram mais de 400 ataques deste desde outubro. Posições israelitas ou americanas ou de aliados na região. Terão feito um acordo com China e Rússia no sentido de não atacarem navios com esses pavilhões”


No Mar Vermelho, isso é particularmente importante. Temos que olhar para a posição da China relativamente a isto (…) a China prepara-se mesmo para até 2027 fazer uma operação em Taiwan, ou seja, já percebemos o interesse do senhor Putin no âmbito da sua atuação na Ucrânia, que se mantenha a instabilidade no Médio Oriente".

"Temos que começar a perceber o interesse do senhor Xi e da China para que também isso aconteça, porque sabe que enquanto houver estas duas frentes, os Estados Unidos não poderão estar empenhados na frente Indo-Pacífico, portanto, para percebermos a estabilidade neste momento, temos que olhar não só para dois, mas para três problemas e percebermos que o risco é elevado e, por isso, percebemos também o interesse da administração Biden em pelo menos reduzir a tensão no Médio Oriente", conclui Germano Almeida.

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