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Estados Unidos apelam à ONU para "cessar-fogo imediato" em Gaza

No sexto mês da guerra, as preocupações internacionais têm aumentado perante a ameaça de fome e o número crescente de mortos em Gaza, com mais de 31 mil vítimas.

Hatem Ali

SIC Notícias

Lusa

Os Estados Unidos apresentaram um projeto de resolução aos membros do Conselho de Segurança da ONU, apelando a um "cessar-fogo imediato" em Gaza, disse na Arábia Saudita o secretário de Estado norte-americano.

"Apresentámos uma resolução que está agora no Conselho de Segurança, que apela a um cessar-fogo imediato associado à libertação dos reféns e esperamos que os países a apoiem", afirmou na quarta-feira à noite Antony Blinken ao site informativo saudita Al Hadath.

Blinken é esperado esta quinta-feira no Cairo, Egito, para fazer avançar as negociações sobre uma trégua entre Israel e o Hamas.

Desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, os Estados Unidos vetaram várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU que apelavam a um cessar-fogo imediato e duradouro.

Uma resolução desse tipo enviaria um "sinal forte", acrescentou Blinken, que, durante um encontro com o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salmane, sublinhou o compromisso de Washington com uma "solução duradoura para a crise" e com a criação de um "futuro Estado palestiniano" que ofereça garantias de segurança a Israel, de acordo com o Departamento de Estado norte-americano.

No sexto mês da guerra, as preocupações internacionais têm aumentado perante a ameaça de fome e o número crescente de mortos em Gaza, com mais de 31 mil vítimas, de acordo com dados do Ministério da Saúde do Hamas.

Esta madrugada, o ministério anunciou a morte de 70 pessoas na sequência de disparos israelitas e de confrontos na Faixa de Gaza, onde testemunhas relataram ataques aéreos durante a noite no centro do território e violentos combates em torno do hospital de Al-Shifa, no norte da cidade de Gaza.

Blinken alerta que "100% da população necessita de assistência humanitária" em Gaza

O chefe da diplomacia norte-americana iniciou na quarta-feira uma nova viagem ao Médio Oriente, no âmbito dos esforços para alcançar um cessar-fogo na Faixa de Gaza e aumentar a ajuda humanitária na região.


As Nações Unidas alertam que 50% da população de Gaza vive já uma situação alimentar catastrófica. Face a este aviso Antony Blinken admite que o atual bloqueio de Israel pode ser considerado um crime de guerra.

"É a primeira vez que uma população inteira é classificada desta forma. Também vemos novamente que, de acordo com as Nações Unidas, 100% da população necessita de assistência humanitária. Comparemos com o Sudão, onde cerca de 80% da população necessita de assistência humanitária. O Afeganistão, cerca de 70%. Por isso, mais uma vez, isto só vem sublinha a urgência e o imperativo de dar prioridade a esta questão".

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