Saúde e Bem-estar

Desde 1997 que não havia tantos casos de sarampo na Europa

Os dados são preocupantes. Quase metade dos casos reportados são crianças com menos de cinco anos e, só em 2023, meio milhão de crianças falhou a primeira dose da vacina.

Carolina Botelho Pinto

Teresa Canto Noronha

Em 2024 foram reportados 127.350 casos de sarampo na Europa, o maior número desde 1997. Os dados são da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Unicef, que informam ainda que quase metade (40%) destes casos são de crianças com menos de cinco anos.

“O sarampo está de volta e isto deve ser um sinal de alerta”, apelou o diretor regional para a Europa da OMS, Hans Kluge.

Os números são preocupantes, até porque mais de metade dos casos reportados necessitou de hospitalização e há a lamentar 38 vítimas mortais.

A importância da vacinação

Desde 1997 que os casos de sarampo vinham a diminuir na Europa, tendo atingido um mínimo de 4.440 casos em 2016. Registou-se, no entanto, um ressurgimento em 2018 e 2019, com os números a disparar para mais de 100.000 casos, tendo piorado durante a pandemia de covid-19.

O aumento parece estar diretamente ligado às taxas de vacinação que, alerta a Unicef, em muitos países ainda não regressaram aos níveis pré-pandemia, aumentando o risco de surtos.

“Sem taxas de vacinação elevadas, não há segurança sanitária. (...) Todos os países devem intensificar os esforços para chegar às comunidades sub-vacinadas”, advertiu o diretor regional da OMS. “O vírus do sarampo nunca descansa - e nós também não.”

Só em 2023, 500 mil crianças falharam a primeira dose da vacina na Europa. Em países como a Bósnia e Herzegovina, Montenegro, Macedónia do Norte e Roménia, menos de 80% das crianças elegíveis foram vacinadas - muito abaixo da taxa de cobertura de 95% necessária para atingir a imunidade de grupo.

A OMS e a Unicef lembram que o sarampo é um dos vírus mais contagiosos e que pode provocar complicações graves como pneumonia, encefalite e até mesmo a morte.

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