Ao fundo de Sanfins, em Valpaços, está a erguer-se uma nova aldeia. Parece mais um lar, mas neste espaço vai caber um mini centro comercial com várias lojas, mercearia, farmácia, cabeleireiro e até um restaurante. Será uma réplica da dinâmica de um dia a dia normal que se destina a utentes com doenças como Alzheimer ou Parkinson.
“As pessoas estão habituadas a ir comprar uma camisa ou uns sapatos, vão à farmácia, vão ao cabeleireiro, lidam com os animais e tudo isso é um estímulo para estas pessoas que têm esta demência. Penso que estamos a fazer um projeto que vai ao encontro daquilo que elas tinham antes de estarem doentes”, explica Leonardo Batista da associação Solidariedade Social S.Pedro
O projeto é da associação de solidariedade social S. Pedro que mesmo ao lado tem um lar de idosos. Uma estrutura que recebe muitos doentes com demência e sentiu necessidade de dar cuidados diferenciados aos utentes.
“Muitas vezes porque até os próprios idosos que estão orientados no tempo e no espaço não compreendem o colega que se encontra com esta patologia. Por muito que tentemos sensibilizar, muitas vezes é muito complicado”, diz Liliana Martins, diretora técnica do Lar Residência Sénior S.Pedro.
O Centro de Relevância Alzheimer e Parkinson Portugal, como se vai chamar, foi inspirado num projeto semelhante existente nos Países Baixos. Vai ter capacidade para 58 utentes e o desafio vai ser, agora, recrutar cerca de 50 funcionários para trabalhar numa aldeia do interior do país.
O projeto financiado pelo programa Pares, e pela própria instituição, deverá rondar os 3 milhões de euros. Vai ter acordos com a segurança social para que possa também receber quem tem dificuldades financeiras. Só deve abrir no próximo ano, mas já há pedidos de inscrições de norte a sul do país.