Saúde e Bem-estar

Em Valpaços está a ser construída "aldeia" para pessoas com Alzheimer e Parkinson

Em Valpaços está a nascer um projeto que pretende reproduzir as rotinas de uma aldeia para doentes com Alzheimer e Parkinson. É uma forma de dar alguma normalidade aos utentes numa estrutura com estímulos que lhes permitem ter outra qualidade de vida.

Manuela Carneiro

Miguel Costa

Ao fundo de Sanfins, em Valpaços, está a erguer-se uma nova aldeia. Parece mais um lar, mas neste espaço vai caber um mini centro comercial com várias lojas, mercearia, farmácia, cabeleireiro e até um restaurante. Será uma réplica da dinâmica de um dia a dia normal que se destina a utentes com doenças como Alzheimer ou Parkinson.

“As pessoas estão habituadas a ir comprar uma camisa ou uns sapatos, vão à farmácia, vão ao cabeleireiro, lidam com os animais e tudo isso é um estímulo para estas pessoas que têm esta demência. Penso que estamos a fazer um projeto que vai ao encontro daquilo que elas tinham antes  de estarem doentes”, explica Leonardo Batista da associação Solidariedade Social S.Pedro 

O projeto é da associação de solidariedade social S. Pedro que mesmo ao lado tem um lar de idosos. Uma estrutura que recebe muitos doentes com demência e sentiu necessidade de dar cuidados diferenciados aos utentes.

“Muitas vezes porque até os próprios idosos que estão orientados no tempo e no espaço não compreendem o colega que se encontra com esta patologia. Por muito que tentemos sensibilizar, muitas vezes é muito complicado”, diz Liliana Martins, diretora técnica do Lar Residência Sénior S.Pedro. 

O Centro de Relevância Alzheimer e Parkinson Portugal, como se vai chamar, foi inspirado num projeto semelhante existente nos Países Baixos. Vai ter capacidade para 58 utentes e o desafio vai ser, agora, recrutar cerca de 50 funcionários para trabalhar numa aldeia do interior do país.

O projeto financiado pelo programa Pares, e pela própria instituição, deverá rondar os 3 milhões de euros. Vai ter acordos com a segurança social para que possa também receber quem tem dificuldades financeiras. Só deve abrir no próximo ano, mas já há pedidos de inscrições de norte a sul do país.

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