A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, revelou que estão em marcha os primeiros dois centros de atendimento clínico, um novo modelo que tem como o objetivo retirar dos hospitais os casos classificados como não urgentes.
A informação foi revelada durante uma entrevista ao programa Hora da Verdade, da Renascença e do jornal Público, dois dias depois de ter apresentado o Plano de Emergência e Transformação na Saúde.
Segundo a ministra, “estes centros clínicos de proximidade serão feitos um em Lisboa e outro no Porto”.
“No Porto, é um hospital que tem convenção com o SNS. E em Lisboa, aprofundámos o protocolo com o Hospital das Forças Armadas”, disse.
“Temos um plano para procurar retirar, antes do próximo Inverno, uma grande parte destes cidadãos dos hospitais. Só esta medida, se conseguimos tirar estes doentes dos hospitais, paga pelo menos dois eixos estratégicos: partos e o OncoStop 2024”, acrescentou.
“Não vamos limpar listas. Vamos organizar listas”
Durante a entrevista a ministra da Saúde falou também das medidas que o Governo está a trabalhar para dar um médico de família a cada utente, a medida "mais difícil" do programa.
Ana Paula Martins garantiu que os emigrantes não vão ser retirados das listas dos médicos de família e que vão continuar "exatamente como qualquer outro [cidadão] a ter direito a ir aos nossos centros de saúde e aos nossos hospitais".
Além disso, a ministra falou também da organização das listas de utentes para conseguir atribuir um médico de família a quem reside em Portugal.
“Não vamos limpar listas. Vamos fazer uma coisa que se chama 'organizar listas'”, garantiu.
Equipas de obstetrícia vão ter incentivo de 750 euros por cada parto a mais realizado
Questionada sobre o plano de Verão e o mapa de urgências de ginecologia/obstetrícia e pediatria que termina esta sexta-feira, a ministra disse que o "plano de Verão faz parte daquilo que é este plano de emergência" e que com os incentivos propostos pelo Governo certamente irão existir mais maternidades abertas.
Segundo a ministra , foi realizado "um trabalho prévio com a Ordem dos Médicos" para reavaliação das equipas necessárias para a obstetrícia de cada hospital e do qual decorreu a aprovação de um incentivo em termos de financiamento a partir do número médio de partos realizados.
“O incentivo aprovado é de 750 euros por cada parto a mais realizado a partir desse número médio”, afirmou.