País

Entrevista à Ministra da Saúde sobre o novo Plano de Emergência para a Saúde apresentado pelo Governo

Na ordem do dia está a apresentação do novo Plano de Emergência para a Saúde pelo Governo. Em entrevista à SIC Notícias, a ministra da Saúde esclareceu as dúvidas e revelou os objetivos do Governo estipulados para os próximos três meses. Ana Paula Martins falou sobre a redução das listas de espera do SNS, a contratação de médicos de família, a linha do SNS24 para grávidas e adiantou algumas novidades para a próxima semana.

SIC Notícias

O Governo de Luís Montenegro apresentou, esta quarta-feira, o Plano de Emergência para a Saúde que vai determinar o funcionamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS) com foco nos próximos três meses. Um plano dividido em três graus - urgência, prioridades e medidas estruturais. Em cinco eixos estratégicos o Governo pretende focar todas as suas forças nas questões associadas aos doentes oncológicos, às mulheres grávidas, ao funcionamento das urgências, à contratação de médicos de família e à saúde mental.

A ministra da Saúde esteve nos estúdios da SIC Notícias para falar sobre o novo Plano de Emergência para a Saúde que tem como principal objetivo "responder às pessoas". Disponível na página oficial do Governo português, este plano descreve em 210 páginas quais as medidas que serão aplicadas no futuro.

Redução das listas de espera para doentes oncológicos

A ministra da Saúde referiu que os doentes oncológicos são uma "prioridade" em termos de recuperação das listas de espera e deixou a garantia de que 9 374 mil doentes oncológicos existentes em Portugal serão chamados para cirurgia nos próximos três meses.

"Vamos conseguir nos próximos três meses resolver cerca de nove mil situações que temos com doentes oncológicos. Nas últimas três semanas já conseguimos operar mais de 1200 doentes".

A ministra da Saúde acrescentou ainda que a regularização da lista de espera para cirurgias oncológicas será garantida através do plano OncoStop2024.

Contratação de médicos de família

"Os médicos de família são uma medida muito importante" salientou Ana Paula Martins acrescentando que é, ao mesmo tempo, a "mais difícil". A ministra da Saúde garantiu que está prevista a contratação de 900 médicos de família e que os novos modelos de Centros de Saúde, conhecidos como 'USF Modelo B', são suficientemente "atrativos" aos olhos dos médicos mais jovens.

"O Serviço Nacional de Saúde (SNS) precisa de transformações a nível digital, de instalações e equipamentos. Mas a mais importante transformação do SNS é conseguirmos atrair e vincular os profissionais em modelos de trabalho diferentes".

Quanto à "Bolsa de Médicos" permitirá que profissionais de saúde que estejam aposentados possam regressar para reforçar o Serviço Nacional de Saúde.

Grávidas "terão resposta" quando se dirigirem às urgências

A falta de médicos nas urgências hospitalares é uma das maiores lacunas que o Governo pretende resolver com o novo Plano de Emergência para a Saúde nos próximos três meses. Através de uma linha do SNS24 exclusivamente para grávidas, a ministra da Saúde garantiu que será assegurada uma resposta que indicará qual a urgência hospitalar disponível mais próxima do local de residência destas utentes.

"As grávidas, através desta linha, poderão estar mais confiantes, mais seguras e saber que ligando [para o SNS24 GRÁVIDA] conseguem uma resposta e saber onde é que essa resposta vai acontecer."

Um SNS em que o país "vai poder confiar" mas principalmente os profissionais de saúde

Durante a apresentação do novo Plano de Emergência para a Saúde, Luís Montenegro disse querer "aproveitar até ao limite" a capacidade do SNS, principalmente, a nível de recursos humanos.

Quanto às negociações entre o Governo e os profissionais de saúde, a ministra da Saúde referiu que "não sentiu" que estes profissionais "não quisessem colaborar ou estivessem desvinculados do SNS e dos doentes" e defendeu uma "boa relação" com os sindicatos.

Quanto custará pagamentos extras feitos pelo SNS a estes profissionais?

"Este plano não passa por pagar mais, passa por pagar até muito menos", esclareceu a ministra da Saúde que acrescentou estar tudo "acertado" com o ministro das Finanças".

"Nos não estamos a dizer que vamos gastar menos, estamos a dizer é que vamos gastar, em algumas áreas, de forma inteligente."

"O dinheiro tem que ser para responder às pessoas. O que este Governo não vai ter é dinheiro colocado num sistema que, no final do dia, tem nove mil doentes oncológicos em lista de espera".

Direção-executiva do SNS "estará em breve no terreno"

A ministra da Saúde revelou que o relatório apresentado previamente pelo antigo diretor-executivo do SNS, Fernando Araújo, está a ser "lido com muita atenção".

Em exclusivo à SIC Notícias, Ana Paula Martins adiantou que, na próxima quarta-feira, serão apresentados "os estudos (ou a falta deles)" para uma reforma do SNS.

Últimas