Dormir a sesta com frequência ou por muito tempo durante o dia pode ser sinal de Alzheimer ou demência, revela um estudo norte-americano publicado esta quinta-feira.
Os idosos que dormem a sesta, pelo menos, uma vez por dia ou mais de uma hora eram 40% mais propícios a desenvolver Alzheimer do que aqueles que não o faziam ou dormiam a sesta menos tempo.
O estudo foi divulgado esta quinta-feira na publicação “Journal of Alzheimer’s Disease“. Os dados foram recolhidos ao longo de 14 anos pelo “Memory and Aging Project“, a mais de 1.400 pessoas com idades entre os 74 e os 88 anos. Durante 14 dias por ano, os participantes usaram um aparelho que rastreou os seus movimentos.
“Acho que as pessoas não perceberam ainda que a doença de Alzheimer é uma doença cerebral que, muitas vezes, causa mudanças no humor e na qualidade do sono”, disse Richard Isaacson, responsável da “Florida Atlantic University’s Schmidt College of Medicine”.
“Dormir muitas horas durante o dia pode ser uma das muitas pistas de um possível declínio cognitivo”, acrescentou.
A sesta aumentou em média 11 minutos por ano para adultos que não desenvolveram comportamentos suspeitos. No entanto, as pessoas que foram diagnosticadas com Alzheimer quase triplicaram o tempo da sesta para uma média de 68 minutos por dia.
“Descobrimos que a associação entre sestas excessivas e a demência permaneceu depois de um ajuste do sono”, disse um dos autores do estudo, Yue Leng, médico e professor assistente da “University of California”.
Já noutro estudo, Leg tinha concluído que quem dormia duas horas durante o dia aumentava o risco de comprometimento cognitivo em comparação a quem dormia menos de 30 minutos.
O que fazer?
Os adultos devem limitar as sestas diárias entre 15 a 20 minutos antes das 15:00 para um sono mais reparador e que não prejudique o sono noturno. Os cuidadores de pessoas com Alzheimer devem estar alerta às sestas diárias destas pessoas.
Além disso, um aumento significativo no número e tempo das sestas deve ser falado com um médico. Priorizar o sono é também um dos conselhos do médico Richard Isaacson.
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