O realizador e encenador, Marco Martins, queria fazer um espetáculo nos 50 anos do 25 de Abril e depois de ler a reportagem no Expresso sentiu que "era um ângulo que permitia uma abordagem muito vasta de todas as repercussões que o fascismo teve sobre nós".
Mas não foi fácil convencer os intervenientes da colónia de férias, em 1972, na Caldas da Rainha.
Na altura crianças, hoje na casa dos 50/60 anos, muitos não queriam reviver as memórias traumatizantes do Estado Novo, outros perguntavam ao encenador: “Nunca estive em palco. O que é que esperas de mim?”
O processo com os que aceitaram começou com várias e longas entrevistas: "A memória desse tempo precisa de ser desbloqueada e cada nova conversa gerava uma nova memória".
O espetáculo, que vai estar em cena na Culturgest entre 5 e 14 de dezembro, conta com atores profissionais que são os narradores da história e com um grupo juvenil que foi desenvolvendo refelexões, durante a criação.