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A polémica rede que prepara armadilhas a pedófilos e o erro de uma menina que a deixou “nas mãos” de predadores sexuais

A caça aos pedófilos, um fenómeno violento que já tem grupos em 10 países, e que está a preocupar a polícia, o desespero da mãe de Michaela, uma menina de 13 anos que precisa de ajuda são alguns dos destaques do Repórteres do Mundos. Mas há mais para ver.

SIC Notícias

Tapam a cara, escondem as mãos e criam falsos perfis nas redes sociais. Fazem-se passar por raparigas de 12, 13, 14, 15 anos e quando recebem propostas de sexo de homens adultos atraem-nos a florestas para os agredirem violentamente.

Depois divulgam as imagens dos alegados pedófilos. A polícia dinamarquesa lançou o alerta e diz estar preocupada com a violência crescente destes grupos.

“Isto é muito, muito grave. Tudo o que está envolvido nisto é ilegal. Incitar à criminalidade, com recurso à violência e à humilhação pública, bem como a partilha dos vídeos. É tudo ilegal”.

A polícia fez as primeiras detenções neste tipo de casos a 27 de junho. Um homem de 20 anos foi acusado de agressão grave, juntamente com outros dois. A vítima era um homem de 38 anos, portador de incapacidade mental, com um raciocínio semelhante ao de uma criança de 13 anos, mas a rede pensou que era pedófilo.

Explicam o vigilantismo “porque a polícia não trata do problema”, de apanhar pedófilos.

“Não usamos isto como desculpa para agredir pessoas. Só queremos que todas as crianças estejam seguras”.

Crianças expostas na net: “Acho que um dia ela vai ser morta ou levada daqui”

Milhares de crianças são alvo de predadores sexuais nos seus próprios quartos. Um erro inocente online pode bastar para lhes abrir a porta. A história de Michaela, uma menina de 13 anos, começou com o envio de uma fotografia em sutiã.

Michaela, nome falso, é vítima de abusos e exploração sexual há dois anos, apesar do caso já ter sido denunciado à polícia e ser acompanhado por assistentes sociais.

De acordo com a Sky News, tudo começou com o envio de uma fotografia em sutiã a um rapaz mais velho. A imagem acabou por ser partilhada com toda a escola, depois com outras escolas. Em poucos dias a fotografia e o número de telemóvel de Michaela estavam em vários chats só para homens.

Por causa de uma fotografia, tornou-se um alvo para predadores. A mãe pediu ajuda. A polícia investigou a partilha da fotografia inicial, mas afirmou que não era considerada indecente. A situação piorou nos meses seguintes.

“Ela fugia de casa, ia para os parques praticava sexo e recebia dinheiro de pessoas que não conhecemos. Eu e a minha irmã andávamos atrás dela. A família andava atrás dela e ela desaparecia”.

A mãe diz que Michaela teve cinco assistentes sociais em dois anos e nenhum foi capaz de ajudá-la. Uma passava semanas sem responder às mensagens e outra sugeria que rezassem. Michaela diz que sente que a polícia sempre a culpou.

A polícia local afirma que não investigou alegações e que está a seguir outras linhas de investigação e que está empenhada em continuar a trabalhar com a jovem e a família para garantir a sua segurança.

“Senti que estava a ser usada como um pedaço de carne”

Detenções ilegais e revistas íntimas humilhantes constam de um inquérito despoletado por uma investigação da Sky News à polícia de Manchester, em Inglaterra, que apela a medidas urgentes.

A SKY News revelou ao longo dos últimos meses vários casos de abusos cometidos pela polícia da região de Manchester. As detenções ilegais, o uso excessivo da força e as revistas íntimas a mulheres vítimas de abusos sexuais chocaram o Reino Unido e motivaram protestos.

Uma investigação pedida pelas autoridades britânicas dá razão a estas mulheres, mas não terá qualquer consequência porque faz apenas recomendações.

Revista “íntima, degradante e desnecessária”

De acordo com o inquérito Baird, Dannika foi detida ilegalmente. Suspeita de chantagem, foi sujeita a uma revista “íntima, degradante e desnecessária”. Dannika acredita que estava a ser castigada por ter apresentado uma queixa formal contra a polícia, pela forma como investigaram um alegado crime sexual.

A sua revista íntima não foi justificada, justificada nem registada nos autos da polícia.

Este inquérito analisa 15 casos, na sua maioria mulheres, e constata que a polícia excede os seus poderes, humilhando pessoas que estão sob custódia, chegando mesmo a traumatizar vítimas de violação ou de violência doméstica, obrigando-as a despirem-se.

“É menos digno, especialmente se nos pedem para abrir as pernas”

Uma dessas vítimas de violência doméstica acabou por ser detida depois de ter expressado a sua frustração com os agentes, uma vez que ninguém a ajudava.

Apesar de saber que também era vítima de abuso sexual, a polícia revistou-a à procura de um cigarro eletrónico escondido.

“Remete-nos para o momento em que fomos abusadas e magoadas. Senti que estava a ser usada como um pedaço de carne e que os homens não seriam usados nem revistados daquela forma. E é muito diferente para as mulheres. É menos digno, especialmente se nos pedem para abrir as pernas, porque é muito íntimo”.


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