Repórteres do Mundo

Detida em Manchester: "Senti que estava a ser usada como um pedaço de carne"

Detenções ilegais e revistas íntimas humilhantes constam de um inquérito despoletado por uma investigação da Sky News à polícia de Manchester, em Inglaterra, que apela a medidas urgentes.

SIC Notícias

A SKY News revelou ao longo dos últimos meses vários casos de abusos cometidos pela polícia da região de Manchester. As detenções ilegais, o uso excessivo da força e as revistas íntimas a mulheres vítimas de abusos sexuais chocaram o Reino Unido e motivaram protestos.

Uma investigação pedida pelas autoridades britânicas dá razão a estas mulheres, mas não terá qualquer consequência porque faz apenas recomendações.

Revista “íntima, degradante e desnecessária”

De acordo com o inquérito Baird, Dannika foi detida ilegalmente. Suspeita de chantagem, foi sujeita a uma revista “íntima, degradante e desnecessária”. Dannika acredita que estava a ser castigada por ter apresentado uma queixa formal contra a polícia, pela forma como investigaram um alegado crime sexual.

A sua revista íntima não foi justificada, justificada nem registada nos autos da polícia.

Este inquérito analisa 15 casos, na sua maioria mulheres, e constata que a polícia excede os seus poderes, humilhando pessoas que estão sob custódia, chegando mesmo a traumatizar vítimas de violação ou de violência doméstica, obrigando-as a despirem-se.

“É menos digno, especialmente se nos pedem para abrir as pernas”

Uma dessas vítimas de violência doméstica acabou por ser detida depois de ter expressado a sua frustração com os agentes, uma vez que ninguém a ajudava.

Apesar de saber que também era vítima de abuso sexual, a polícia revistou-a à procura de um cigarro eletrónico escondido.

“Remete-nos para o momento em que fomos abusadas e magoadas. Senti que estava a ser usada como um pedaço de carne e que os homens não seriam usados nem revistados daquela forma. E é muito diferente para as mulheres. É menos digno, especialmente se nos pedem para abrir as pernas, porque é muito íntimo”.

Últimas