Grande Reportagem SIC

Porque é que Portugal está nos últimos lugares no que toca a famílias de acolhimento?

Portugal é o país europeu com a maior taxa de crianças em perigo a viver em instituições. A lei diz que deve ser dada prioridade ao acolhimento familiar.

Sara Tainha

João Lúcio

Marisabel Neto

Rui Aranha

Diana Matias

Octaviano Rodrigues

No entanto, a lei não podia estar mais longe da realidade. "O colo que me agarrou" mostra as alegrias, as angústias e os desafios das famílias que decidem acolher crianças em perigo. E a diferença que essas famílias podem fazer na vida de uma criança acolhida.

Porque é que Portugal está nos últimos lugares no que toca a famílias de acolhimento?

Acolher uma criança é um processo complexo, acompanhado de perto por equipas multidisciplinares.

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa começou a apostar no acolhimento familiar há cinco anos. Desde aí já foram acolhidas 174 crianças e atualmente têm uma bolsa com 100 famílias.

Quando as crianças não estão com a família biológica por abandono ou decisão da justiça, o tribunal tem de definir o projeto de vida da criança.

Se volta para os pais, se fica com outro familiar, ou se é adotada. Enquanto espera há duas hipóteses: ou uma família de acolhimento ou uma casa de acolhimento.

Os dados da Unicef mostram que Portugal é país europeu com mais crianças em perigo institucionalizadas. Ao contrário de outros países, em Portugal quem acolhe não pode adotar. Mesmo que a adoção seja a decisão do tribunal.

Qualquer pessoa com mais de 25 anos pode candidatar-se a família de acolhimento. Tem de ser avaliada e considerada capaz de acolher uma criança em risco.

Para ajudar no processo de adaptação, tem direito a licença de paternidade, igual às dos pais biológicos, independentemente da idade da criança. Tem prioridade na inscrição em creches e no acesso a cuidados de saúde para a criança.

Todos os meses recebe um apoio financeiro da segurança social. O valor vai depender do rendimento da família.

Em Portugal, 95% das crianças em risco estão institucionalizadas, apenas 5% estão no colo de uma família.

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