Há centenas de portugueses burlados em falsos investimentos em criptomoedas. Os esquemas envolvem o uso indevido de imagens e supostas entrevistas a figuras públicas, que aparecem sem autorização a promover sites e plataformas na internet. É o caso do jornalista Pedro Andersson, que já foi mostrado a ser detido depois de supostas declarações que teria feito, dizendo que se poderia enriquecer de forma fácil e rápida. A Investigação SIC ouviu as autoridades, os lesados e entrou no mundo destas burlas para perceber como funcionam e como podem e devem ser evitadas.
As denúncias ao Ministério Público relacionadas com cibercrime dispararam desde 2016, de dezenas passaram para centenas. Em 2022, atingiram mais de 2.100. Só no caso das burlas com criptomoedas, foram 94, mais do dobro do que no ano anterior. No primeiro semestre do ano passado, e num período apenas de janeiro a junho, foram feitas quase 1.400 denúncias de cibercrimes, 33 estavam relacionadas com estas burlas.
Os números da Polícia Judiciária enviados à SIC são um espelho fiel desta realidade. Em 2020 e 2021, tinham sido abertos apenas 3 inquéritos. No ano seguinte, deram um ligeiro salto para 14, e dispararam para 325 no ano passado. Só nos primeiros três meses deste ano, foram 210.
A DECO juntou-se a outras associações idênticas de vários países europeus e enviaram uma denúncia à União Europeia. Mesmo os anúncios de criptomoedas que estão dentro da lei e circulam nas redes sociais têm de ser mais transparentes.
Nos Estados Unidos, o FBI estima em mais de 3 mil milhões de euros o valor roubado só no ano passado em burlas online, incluindo os anúncios para investimentos falsos em criptomoedas. Por causa de tudo isto e de outras mentiras e ratoeiras online, a Comissão Europeia abriu uma investigação ao Facebook e ao Instagram devido à desinformação e anúncios enganosos.