Desde cedo, os pais devem ensinar os filhos a lidar com o dinheiro. Quanto mais cedo começarem, melhores resultados podem ter. Esta semana, o Contas Poupança conversou com uma especialista em literacia financeira para crianças. Vamos conhecer as principais recomendações e os equívocos que devem ser evitados ao abordar o tema com os mais pequenos.
Estes três 'cofrinhos' (e mais um que lhe vamos mostrar daqui a pouco) são uma das ferramentas fundamentais para ensinar o valor do dinheiro aos seus filhos.
Cristina Judas é educadora financeira infantil e estuda há muitos anos as melhores estratégias para ensinar os pais a ensinar as crianças a lidar com o dinheiro.
A primeira grande lição é que os pais têm de voltar a aprender a brincar. O segredo para começar a falar com as crianças sobre dinheiro é usar a curiosidade delas a partir dos dois ou três anos.
As crianças são esponjas. Um dos principais erros dos adultos é pensar que as crianças entendem o dinheiro como nós e que as elas entendem as nossas explicações.
Para falarmos com as crianças sobre dinheiro, temos de aprender a pensar como elas. Por exemplo, um dos erros mais cometidos pelos pais quando uma criança pede uma coisa é dizer que o pai ou a mãe não tem dinheiro para comprar.
Os pais devem levar os filhos às compras no supermercado, ou seja, "transformar as coisas em missões".
Mesadas simbólica e educativa
Até aos cinco anos, a criança deve receber o que Cristina Judas chama a "mesada simbólica": as moedas e notas que vão recebendo esporadicamente e que deve servir para começarem a mexer e a identificar os valores.
A partir dos seis anos e até aos 12, os pais devem introduzir o conceito de “mesada educativa”.
Mas quanto dinheiro devem dar por semana?
"Essa é a pergunta menos importante. O processo é o mais importante porque estamos na criação de hábitos. A primeira recomendação é 1 euro por cada ano de idade por semana. Ou a dividir a idade por dois", explica a educadora financeira infantil.
Pagamento para tarefas ou boas notas é erro
Um dos erros de educação financeira que Cristina Judas identifica em muitas famílias portuguesas é os pais pagarem aos filhos para realizarem algumas tarefas em casa ou recompensarem as boas notas.
"Tem um efeito completamente contrário no cérebro. Quando estamos a recompensar o resultado final a jornada toda não conta. Estamos a ensinar que tudo na vida tem uma recompensa financeira, o que não é verdade".
Mas há uma técnica, a dos 4 'cofrinhos', que trabalha outras áreas, além dos quatro pilares da educação financeira (o agora, os desejos, o futuro e os outros).