Para falar do problema da habitação, o artista plástico Bordalo II forrou uma praça de Lisboa com o jogo do monopólio.
O chamado 'Provoc' foi produzido em lona e apresenta-se como uma adaptação do famoso jogo de tabuleiro criado no início do século XX, que simula transações imobiliárias.
"Desde muito novo, o meu avô dizia, com uma voz crítica: 'És muito crítico.' Não sei, sempre que há algo que não faz sentido, não me sinto bem em calar-me", disse o artista em exclusivo à SIC.
A viagem entre Chelas e o Cais do Sodré é feita de madrugada. É a última etapa de um ato que o artista considera uma intervenção, planeada há várias semanas.
Bordalo II transforma praça lisboeta num tabuleiro gigante de Monopoly
A operação, clandestina, ocupou a Praça Duque da Terceira, em Lisboa, onde Bordalo II nasceu. Em menos de duas horas, surgiu uma nova instalação artística, que quer ser também uma crítica social à crise da habitação em Portugal. O artista chama-lhe Provoc.
Este tabuleiro de Monopoly com 60 metros não é o primeiro Provoc de Bordalo II. É do artista a embalagem de medicamentos colocada na campa de Salazar, assim como a obra "Passadeira da Vergonha", estendida no palco da Jornada Mundial da Juventude, e ainda a figura de um toureiro sob o touro, em Vila Franca de Xira. A crise da habitação é uma preocupação antiga.