Cartaz

"Carolina (Deslandes), posso dar-te um abraço?": o desejo de um grupo de crianças cegas e com baixa visão

Carolina Deslandes e Diogo Clemente atuam esta sexta-feira e no sábado no Coliseu de Lisboa. Os concertos vão ser acessíveis a pessoas surdas e cegas e, para isso, haverá língua gestual e audiodescrição.

Cristiana Reis

Euclides Semedo

Daniel Fernandes

Numa tarde diferente, um grupo de crianças cegas e com baixa visão recebeu a visita de Carolina Deslandes e Diogo Clemente.

Assim que entraram na sala, os artistas descrevem-se: "Tenho o cabelo comprido, castanho, que não é meu. Comprei cabelo e colei ao meu, porque estava curtinho. Tenho uns óculos, porque tenho miopia e acabei de chegar do Brasil, por isso, estou um bocadinho mais bronzeada do que costumo estar".

"Eu tenho uns ténis brancos", começa Diogo Clemente. "Já foram brancos", ri-se e brinca Carolina.

Mas o grupo estava com alguma ansiedade. Tinha uma surpresa preparada. Andaram a ensaiar "A Vida Toda" para cantar para os dois músicos.

"Leva-se um encanto que temos a felicidade que poder viver com ele que é o encanto da diferença. A diferença traz a beleza e a surpresa. As pessoas são surpreendentes. São crianças que vão dar pessoas surpreendentes", diz Diogo Clemente à SIC.

Os dois artistas vão apresentar-se nos Coliseus de Lisboa e do Porto em concertos que querem que sejam inclusivos. Para isso, as salas vão estar preparadas para que todos possam assistir.

"Pessoas surdas, pessoas invisuais, pessoas como o nosso filho Santiago que estão no espectro do autismo e que têm hipersensibilidade com a luz e com o som... E, por isso, se vocês vierem aos espectáculos vai haver um narrador, ou uma narradora que vai descrever o que é que está a acontecer", explica Carolina às crianças.

Depois de cantarem juntos e de ultrapassarem as apresentações, as crianças quiseram conversar, tirar fotografias e ainda... "Carolina, posso-te dar um abraço?", pediu, timidamente uma das crianças. "Claro", respondeu prontamente a cantora. E a partir daí, todos quiseram um abraço.

Os espetáculos realizam-se no Coliseu de Lisboa a 24 e 25 de janeiro e no Porto, a 7 de fevereiro

Últimas