Política

PS vai abster-se na votação da moção de censura do PCP

Após a declaração ao país do primeiro-ministro, o líder socialista, Pedro Nuno Santos, tinha anunciado que não viabilizaria a moção de censura ao Governo dos comunistas.

MIGUEL A. LOPES/LUSA

Lusa

Ana Lemos

O PS vai abster-se, esta quarta-feira, na moção de censura ao Governo apresentada pelo PCP, adiantou à Lusa fonte oficial do partido. Há cerca de duas semanas, quando o Parlamento votou a monção de censura apresentada pelo Chega, o PS votou contra.

A Assembleia da República debate e vota esta tarde a moção de censura do PCP ao XXIV Governo Constitucional, que está destinada ao chumbo após o PS ter anunciado que não pretendia viabilizá-la.

Recorde-se que, no sábado, após a declaração ao país do primeiro-ministro, Luís Montenegro, o líder socialista, Pedro Nuno Santos, anunciou que não viabilizaria a moção de censura ao Governo dos comunistas e reiterou ainda que votaria contra uma moção de confiança, caso o Executivo a apresentasse ou apresente.

Apesar de há cerca de duas semanas, ter sido outro o sentido de voto da bancada do PS - contra e não abstenção -, isso não altera o previsível resultado final da votação, ou seja, com voto contra ou abstenção, o chumbo da moção de censura do PCP mantém-se certo.

A IL anunciou que votará contra, Livre e PAN divulgaram que votarão a favor, assim como BE já tinha revelado o voto favorável.

A moção de censura que vai ser debatida esta tarde será a segunda ao Governo de Luís Montenegro que a Assembleia da República vai debater e votar em menos de duas semanas tendo em conta que, em 21 de fevereiro, foi discutida uma do Chega, chumbada com os votos contra de todos os partidos, com exceção do PCP (que se absteve) e do proponente, que votou favoravelmente.

Caso a moção de censura fosse aprovada, implicaria a demissão do Governo.

A moção, com o título "Travar a degradação nacional, por uma política alternativa de progresso e de desenvolvimento", foi anunciada pelo PCP após o primeiro-ministro, Luís Montenegro, ter feito uma declaração ao país no sábado à noite na qual admitiu avançar com uma moção de confiança ao Governo se os partidos da oposição não esclarecessem se consideram que o executivo "dispõe de condições para continuar a executar" o seu programa.

Montenegro fez esta declaração após ter sido noticiado pelo semanário Expresso que a empresa Spinumviva - até sábado detida pela sua mulher, com quem é casado em comunhão de adquiridos, e filhos -, recebe uma avença mensal de 4.500 euros do grupo Solverde, que representou como advogado antes de ser presidente do PSD.

No texto da moção de censura, o PCP defende que "a sucessão de factos que se acumulam envolvendo membros do Governo e o próprio primeiro-ministro - sem novos elementos que dissipem ou sanem factos que continuem por esclarecer - não são obra do acaso".

[Nota de correção: o título foi alterado por induzir os leitores em erro. O PS não mudou o sentido de voto porque nunca anunicou que o voto à moção de censura do PCP seria contra. Por este equívoco, pedimos desculpa aos nossos leitores]

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