As imagens de videovigilância que filmaram o bombeiro de Machico, na Madeira, a agredir mulher em frente ao filho poderão não ser admitidas como prova em tribunal em caso de julgamento.
A possibilidade destas imagens não servirem como prova foi levantada por Paula Margarido, Secretária Regional de Inclusão, Trabalho e Juventude, que também é advogada. A justificação prender-se-á com o licenciamento das câmaras de videovigilância.
As câmaras estavam colocadas numa casa de emigrantes, uma tia da vítima que vive em Londres, por questões de segurança uma vez que não costumava estar habitada. A vítima e o filho estavam temporariamente a viver nesta casa.
O agressor foi identificado fora do flagrante delito pelo que não pôde ser imediatamente detido pela Polícia de Segurança Pública (PSP). Só depois de emitido o mandado de detenção, cerca das 18h00, se procedeu à detenção por violência doméstica por volta das 19h30.
De referir ainda que antes desse mandado ser emitido, o Ministério Público quis inquirir a vítima e o filho menor do casal para memória futura.
Agressor ficou na esquadra a aguardar audiência
O bombeiro ficou esta noite na esquadra do Funchal. Esta quarta-feira será presente a juiz e só depois lhe podem ser aplicadas medidas de coação.
O homem de 35 anos é natural e residente em Machico. Pertence aos bombeiros municipais de Machico.
O comando reprova a agressão, acrescentando que é "totalmente contra qualquer tipo de violência". Adianta que os serviços jurídicos da corporação estão a "tomar os devidos procedimentos".
Filho de nove anos suplicou que pai parasse agressões
As agressões violentas aconteceram em frente ao filho, uma criança de nove anos, e foram filmadas pela câmara de videovigilância da casa.
Nas imagens, que viralizaram nas redes sociais, vê-se o homem a bater à porta e a entrar imediatamente assim que esta se abre. De seguida, espanca a companheira, enquanto o filho do casal tenta travar a agressão e suplica ao pai que pare de agredir a mãe. Ouvem-se ainda os gritos da criança e choro. Ao DN Madeira admite agressões justificando que "ficou cego" ao ver "umas mensagens".
Depois de ter sido hospitalizada, a vítima foi viver para a casa de familiares, que está sob proteção policial.