Violência doméstica

Bombeiro que agrediu a mulher na Madeira conhece esta quarta-feira as medidas de coação

O homem detido no Machico, na Madeira, por agredir a mulher na madrugada de segunda-feira, conhece esta quarta-feira as medidas de coação. Foi detido pela PSP, dois dias e meio após ter espancado a mulher na presença do filho de 9 anos. O caso ganhou força porque a agressão foi filmada e as imagens partilhadas nas redes sociais.

SIC Notícias

Este caso não ficou no segredo das quatro paredes e entre marido e mulher a sociedade civil meteu mesmo a colher. As imagens de videovigilância foram tornadas públicas nas redes sociais.

Na madrugada de domingo para segunda-feira, uma mulher foi agredida pelo pai do filho de nove anos, no exterior de uma habitação, no Machico. O desespero da criança a suplicar, em pranto, ao progenitor, para não bater mais na mãe é audível.

"Esta criança tem um vídeo que demonstra o sofrimento, o pânico, o medo, a angústia que ela passou para esperarmos que o tribunal de família menores tenha em atenção o sofrimento que este ato causou porque diariamente ouvimos muitas vezes nos tribunais a dizer que ele pode ter sido um mau marido mas foi um excelente pai, do que o facto de ele ter batido à mãe não teve impacto nos filhos", diz Mauro Paulino, psicólogo forense

A força física confere vantagem ao agressor, mas a lei confere legitimidade à ação das autoridades. O suspeito foi detido pela PSP, mais de 48 horas depois do espancamento, na tarde de terça-feira, mas só após a emissão e entrega de mandados de detenção.

Ficou a aguardar apresentação para interrogatório judicial que deve ocorrer em 48 horas para conhecer as medidas de coação.

"Há aqui dois tipos de medidas. As medidas que resultam da própria lei relativamente ao crime de violência doméstica, que tem a ver com o afastamento e com o botão de pânico ou até com a transferência da vítima para um local de abrigo, e depois as outras medidas penais que em função da gravidade dos factos, e aqui estes factos são duplamente graves, e permitem uma medida privativa de liberdade", explica Miguel matias, advogado.

Por ser bombeiro municipal de Machico, o Comando já se pronunciou, considerando o caso reprovável, apelando a que se faça justiça e garantindo, também, que os serviços jurídicos estão a analisar o processo para agir em conformidade.

A vítima, de 34 anos, foi encaminhada para o Centro de Saúde e, de seguida, para o hospital central do Funchal, onde terá sido submetida a uma cirurgia.

Está em casa de familiares, sob proteção policial e a ser acompanhada pela Segurança Social. A Madeira tem 46 novas vagas nas casas abrigo para as mulheres e para os filhos, vítimas de violência doméstica.

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