A ministra da Saúde acusou a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) de querer enganar os portugueses sobre a contratação de médicos tarefeiros.
As divergências entre o Ministério da Saúde e a Federação Nacional dos Médicos já duram há vários meses. A FNAM chegou a pedir a demissão da ministra, acusando-a de não cumprir o que tinha prometido há um ano.
A polémica mais recente envolve uma proposta para reduzir a dependência dos médicos tarefeiros. Ana Paula Martins acusa a FNAM de ter um discurso duplo e sugere que o sindicato quer enganar o país.
"Uma parte dos médicos que estão nas urgências são médicos que nem especialidade têm. Portanto, a pergunta que eu faço é: a FNAM não quer ver a realidade ou quer enganar o país?", perguntou a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, em entrevista à SIC Notícias.
Joana Bordalo e Sá, presidente da FNAM, afirma que o novo modelo de contratação de tarefeiros não vai resolver a falta de médicos no Serviço Nacional de Saúde:
"Com este regime de incompatibilidades, fecham a porta à contratação de médicos especialistas prestadores de serviço, mas deixam completamente em aberto a contratação de médicos sem especialidade e isso coloca os doentes em risco nas urgências, uma vez que o atendimento é não qualificado", aponta a presidente da FNAM.
A estrutura sindical refere que não é uma muleta de nenhum Governo e afirma que sempre se mostrou disponível para negociar melhores condições para os médicos do SNS.