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Já nasceram 42 bebés fora de maternidades este ano: 38 partos aconteceram em ambulâncias

O encerramento de maternidades e urgências de obstetrícia está a provocar um aumento dos partos fora das unidades hospitalares. Só este ano, 42 bebés já nasceram fora das maternidades, número que inclui partos realizados em casa, em ambulâncias e até em viaturas particulares.

SIC Notícias

O caso mais recente aconteceu na manhã de sexta-feira, na Autoestrada do Norte. Uma mulher deu à luz dentro de uma ambulância dos bombeiros de Rio Maior, ao quilómetro 110 da A1, na zona de Fátima. A recém-nascida, uma menina com 3,5 kg, nasceu sem complicações aparentes, mas longe de qualquer ambiente hospitalar.

A grávida foi inicialmente avaliada em casa por um médico da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER), que considerou que o parto não era iminente. No entanto, durante o transporte, o parto acabou por acontecer antes da chegada ao destino.

Apesar da proximidade de unidades como a Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, ou o Hospital de Abrantes, o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) determinou que o encaminhamento fosse feito para o hospital de Leiria, a cerca de 92 quilómetros de distância e sem acompanhamento obstétrico diferenciado.

De acordo com dados apurados pela SIC, já foram realizados este ano 38 partos em ambulâncias, um aumento significativo face aos 13 registados em todo o ano de 2023. A tendência é justificada pelos encerramentos recorrentes de serviços de urgência em obstetrícia.

Ao todo, 42 bebés nasceram já em locais não convencionais: um numa esquadra da PSP, outro num carro parado na berma da estrada no Barreiro, e os restantes em casa.

Entre os partos fora das unidades hospitalares há também o caso do bebé Lucas, que nasceu com a ajuda de dois bombeiros, João e Andreia. Para João, este foi o quinto parto assistido.

Apesar de os desfechos terem sido positivos, os riscos são reais: os bombeiros não têm formação específica em obstetrícia, os equipamentos são limitados e, por vezes, o contacto com hospitais acontece fora do tempo ideal. O risco é partilhado por socorristas e pelas grávidas.

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