Vitória Fernandes viu o lugar onde morava ser demolido em segundos. Tem 50 anos e é doente cardíaca. Na segunda-feira, depois das máquinas entrarem no bairro do Talude, sentiu-se mal e esteve internada no hospital até terça-feira à noite, quando regressou sem nada. Acabou a dormir na rua.
Veio com a filha de São Tomé há sete meses sem grande expectativa. Sabiam que não ia ser fácil, mas precisavam de ajuda. São duas das 37 pessoas e 9 crianças que ficaram desalojadas no Bairro do Talude, em Loures.
Estas pessoas têm encontrado apoio junto de outros moradores, tal como Abissaide, que agora vê o que resta da última morada.
Foram alertados na sexta-feira que tinham que sair no prazo de 48 horas. Depois, 25 barracas autoconstruídas foram demolidas.
Autarquia diz que apoia na caução e 1.ª renda
A Câmara de Loures diz que continua a manter tolerância zero para situações que violem o ordenamento do território e coloquem em risco a segurança e saúde pública.
A autarquia atendeu algumas famílias nos serviços sociais e ofereceu apoio económico na caução e primeira renda. Aos que não têm possibilidades, garante assegurar auxilio através das equipas de emergência social.