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Portugal lidera na proteção marinha ao criar nova área protegida de grande escala no banco de Gorringe

O anúncio foi feito pela ministra do Ambiente na conferência da ONU sobre os oceanos. De acordo com a Reuters, a medida coloca Portugal como um líder no que diz respeito aos objetivos internacionais de conservação marinha.

Gerard Soury

SIC Notícias

Portugal anunciou esta quarta-feira a criação de um nova área marinha protegida centrada no banco de Gorringe, no Oceano Atlântico, e que inclui o monte submarino mais alto da Europa Ocidental. 

O anúncio foi feito pela ministra do Ambiente, Graça Carvalho, em Nice, França, onde decorre a terceira conferências das Nações Unidas sobre oceanos. 

Segundo a ministra, com esta nova área marinha protegida, situada a cerca de 200 quilómetros ao largo da costa sul de Portugal continental, e com outras duas áreas mais pequenas que também serão criada, a percentagem de mar português sob proteção passara de 19%para, pelo menos, 27%.

“Em termos de proteção marinha, somos o país mais avançado do mundo com as nossas características que combinam território continental e insular. Certamente, o líder na Europa”, afirmou Graça Carvalho, citada pela Reuters.

A criação de mais áreas marinhas protegidas é um dos principais objetivos da conferência da ONU. 

A ministra do Ambiente garantiu que a criação da nova área protegida deverá ser aprovada por decreto nos próximos meses. A área total e a percentagem que será completamente protegida, e onde não será permitida qualquer atividade de pesca, ainda estão por definir.

Emanuel Gonçalves, diretor científico da Fundação Oceano Azul, que mapeou a zona em parceria com a Marinha Portuguesa e cujos dados fundamentaram a decisão do governo, explicou que a nova área protegida deverá ter cerca de 100 mil quilómetros quadrados.

"Uma área marinha protegida de grande escala como esta, se for totalmente protegida, vai ligar funcionalmente montes submarinos, planícies abissais e o oceano aberto, criando um refúgio seguro para espécies altamente móveis e migratórias, bem como habitats de águas profundas", afirmou.
"Vai oferecer um berçário fértil e zona de alimentação para tartarugas, tubarões, mamíferos marinhos, aves marinhas e atuns, expandir ou restaurar florestas de algas e corais, e criar um santuário para a única agregação reprodutiva conhecida de raias-torpedo."

No ano passado, Portugal criou a maior área protegida do Atlântico Norte, que abrange quase 300 mil quilómetros quadrados em redor do arquipélago dos Açores, metade dos quais totalmente protegidos.



Com Reuters

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