Marta Temido coloca-se fora da corrida à liderança do PS. A socialista garante que está concentrada no cargo de eurodeputada. Mas quer que o partido seja mais aberto, na escolha do novo líder, e sugere eleições primárias. Quanto a uma eventual revisão constitucional, acusa a direita que quer fazê-la de “oportunismo político”.
Em declarações à Antena 1, a eurodeputada socialista afirmou que uma candidatura a secretária-geral do PS “não faz parte dos planos”. “Quando vim para o Parlamento Europeu, fui muito clara relativamente a isso”, frisou, alegando que há pessoas, no partido, mais bem preparadas para a função.
Marta Temido defende, contudo, que o PS “não se pode fechar em si mesmo”.
“O Partido Socialista tem de ser abrir, eventualmente, através de umas primárias, relativamente à escolha do seu líder”, sugeriu.
Direita em "entrincheiramento ideológico"
Quanto à revisão constitucional - defendida pela Iniciativa Liberal e pelo Chega, agora que a direita tem uma maioria parlamentar que permite fazê-la sem o PS -, Marta Temido acusa os partidos que a querem de oportunismo político e alheamento da realidade.
“Estou, naturalmente, preocupada e atenta essa circunstância. Também me parece que, francamente, os partidos de direita que estão a defender esta bandeira estão a fazê-lo por puro oportunismo político. A sua grande preocupação é, provavelmente, eliminar a palavra “socialismo” do preâmbulo da Constituição”, aponta a também antiga ministra.
Marta Temido considera que não é isso que os portugueses pretendem, mas, sim,"soluções para os seus problemas”.
“Há muito mais vida para além da discussão de que os partidos se ocupam, fechados nas suas prisões de entrincheiramento ideológico, indiferentes àquilo que é a realidade lá fora”, concluiu.