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Vasco Lourenço diz que adiamento das celebrações do 25 de Abril “ofende” a memória do Papa Francisco

O Governo português decidiu adiar algumas celebrações do 25 de Abril devido ao luto nacional pela morte do Papa Francisco. Esta decisão gerou críticas, especialmente da Associação 25 de Abril, liderada por Vasco Lourenço.

Inês de Oliveira Martins

Ouvem-se críticas à decisão do Governo de adiar as celebrações do 25 de Abril devido à morte do Papa. O Executivo de Luís Montenegro explica que o luto nacional implica reserva nas comemorações, mas sublinha que não recomendou o cancelamento de sessões evocativas.

Num Estado laico, o Governo decreta três dias de luto nacional pela morte do Papa Francisco, que começam a contar a partir desta quinta-feira, e coincidem com as celebrações do 25 de Abril.

A sessão solene no Parlamento mantém-se, e o Governo estará presente nas cerimónias.

Em comunicado, esclarece que os membros do Governo também vão estar presentes nas cerimónias do 25 de Abril organizadas pelas Câmaras Municipais.

As portas do Palácio de São Bento vão estar abertas, mas o Primeiro-Ministro não vai lá estar, como é tradição, para assinalar o Dia da Democracia. O momento será adiado para o dia 1 de maio.

"Com esta atitude, o Governo está a ofender a memória do Papa Francisco, que deve estar a dar voltas no caixão ao ver que, em Portugal – onde ele seria um 'capitão de Abril' se fosse militar – sempre foi um homem que gostou de festas", disse o presidente da Associação 25 de Abril.

O desfile festivo na Avenida da Liberdade vai acontecer nos moldes em que sempre acontece, mas Vasco Lourenço acusa o Governo de ser "mais papista que o Vaticano" ao decretar luto nacional antes do funeral do Papa.

"Estamos perante uma atitude oportunista. Estamos às portas de começar a campanha eleitoral e devem ter considerado que isto os ajudaria a captar alguns votos", acrescentou.

Vasco Lourenço acredita que a resposta ao Governo será dada nas ruas.

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