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Fogo no bar após homicídio em Braga “pode ser uma tentativa de encobrir provas”, diz ex-inspetor da PJ

À SIC Notícias, o advogado e ex-inspetor da PJ Gustavo Silva explica que o fogo que deflagrou no bar da Associação Académica da Universidade do Minho poderá indicar uma tentativa de destruição de provas. Quais os possíveis cenários em cima da mesa?

SIC Notícias

Um dia depois do jovem de 19 anos ter sido morto em Braga, na madrugada de sexta-feira para sábado, após denunciar um grupo que estaria a adulterar bebidas no bar da Associação Académica da Universidade do Minho, um incêndio destruiu parte do espaço.

As causas estão ainda por apurar, mas foram encontrados vestígios de um líquido inflamável que levantam suspeitas de fogo posto. A Polícia Judiciária investiga o caso e não afasta a hipótese de o incêndio estar ligado ao crime.

À SIC Notícias, Gustavo Silva, advogado e ex-inspetor da PJ explica que o fogo poderá indicar uma tentativa de destruição de provas.

“A Polícia Judiciária de Braga, com certeza, que abrirá todas as hipóteses possíveis. Também é possível [que o fogo] possa ter sido, eventualmente, algum tipo de represália também por parte de alguém próximo da vítima mortal", considera.

Gustavo Silva salienta que “neste momento, são mais as dúvidas que as certezas. E este trabalho de ir fechando as várias possibilidades até chegar à possibilidade certa, será um trabalho de maior paciência".

O advogado destaca ainda a importância da prova testemunhal:

“Um dos meios de prova aqui que existirá, naturalmente, é a prova testemunhal. Temos um bar com muita gente. Portanto, importa aqui ouvir, ver, analisar com calma para se tentar perceber o que aconteceu".

O ex-inspetor da PJ também deixa claro que a responsabilização pode não se limitar apenas aos autores do crime, mas também a quem está a explorar o bar.

"Se houver alguma conivência ou algum tipo de esquema ligado à organização, ou a quem gere a segurança deste estabelecimento, naturalmente que a responsabilidade pode recair sobre várias pessoas, nomeadamente sobre o responsável do estabelecimento", concluiu.

O que aconteceu?

Manu, como era conhecido, era aluno na Escola D.ª Maria II. Encontrava-se no interior do bar com amigos e terá chamado a atenção de um segurança para um grupo suspeito, que teria adulterado a bebida de uma rapariga.

Iniciaram-se desacatos dentro do bar e foi já no exterior que o jovem estudante do 12.º ano foi agredido com três facadas mortais. Apesar dos esforços do INEM, acabaria por falecer já no hospital de Braga.

Os agressores, cinco no total, colocaram-se de imediato em fuga. A Polícia Judiciária já persegue o grupo, que, ao que a SIC apurou, é do Porto.

Ministério Público abre inquérito

O Ministério Público instaurou um inquérito ao caso, disse, esta segunda-feira, fonte da Procuradoria-Geral da República. Segundo a mesma fonte, o inquérito corre termos no Departamento de Investigação e Ação Penal de Braga.

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