Ainda mal tinham arrefecido os ânimos dos desacatos que resultaram numa vítima mortal quando, um dia depois, o Bar Académico de Braga, entretanto fechado, foi parcialmente consumido pelas chamas, num incêndio que começou na entrada e, segundo os Bombeiros Sapadores, foi extinto em 15 minutos, sem registo de feridos.
As causas estão ainda por apurar, mas terão sido encontrados vestígios de um líquido inflamável que levantam suspeitas de fogo posto.
Em comunicado, a Associação Académica da Universidade do Minho diz estar em "choque" e admite "casos problemáticos ocorridos nos últimos anos".
"É com tremenda consternação, preocupação e choque que encaramos a notícia do ocorrido na madrugada de sábado, nas imediações do Bar Académico de Braga. Neste quadro, o reforço de segurança e policiamento nas periferias dos edifícios da Universidade do Minho são objetivos claros da Associação Académica da Universidade do Minho, tendo presente alguns casos problemáticos ocorridos nos últimos anos em espaços frequentados pelos nossos estudantes", lê-se.
Jovem tinha denunciado grupo suspeito de ter adulterado bebida de uma rapariga
A Polícia Judiciária (PJ) está a investigar a morte de um jovem de 19 anos que foi esfaqueado junto a este bar, na madrugada de sábado. Manu, como era conhecido pelos amigos, terá chamado a atenção de um segurança, ainda no interior do bar, para um grupo suspeito de ter adulterado a bebida de uma rapariga.
Os desacatos subiram de tom e, já na rua, o estudante do Ensino Secundário foi atacado, numa rixa que envolveu cerca de 20 pessoas. Ainda foi transportado para o hospital, mas acabou por morrer.
O bar, que fica a dois quilómetros do campus de Gualtar, pertence à Associação Académica da Universidade do Minho, mas é gerido por um privado. Tem sido alvo de queixas constantes de moradores, que se sentem inseguros devido a desacatos.
A associação, que está a colaborar com as autoridades, diz não ter conseguido, até ao momento, contactar o responsável pelo Bar Académico.
O agressor faz parte de um grupo de cinco suspeitos. A SIC sabe que são do Porto e que o caso está nas mãos da PJ de Braga.
Ministério Público abre inquérito
O Ministério Público instaurou um inquérito ao caso, disse, esta segunda-feira, fonte da Procuradoria-Geral da República. Segundo a mesma fonte, o inquérito corre termos no Departamento de Investigação e Ação Penal de Braga.