A crise na habitação em Portugal tem levado muitas famílias a viver em condições precárias, com a ameaça constante de despejos, e em alguns casos, à perda da guarda dos filhos por não terem onde viver.
Aos 38 anos, com três filhos, Ana Paula dos Santos enfrenta uma batalha pela dignidade e uturo da família. Aguarda, com um misto de alegria e preocupação, o nascimento de Heitor.
Mas há um receio que não a deixa em paz: a preocupação de que o Estado lhe tire o filho por ela não ter onde viver.
Este caso ganhou visibilidade através de uma petição que foi assinada por mais de mil pessoas e 59 organizações.
Casa foi demolida em setembro
Devido ao aumento da renda da casa onde vivia, Ana foi obrigada a sair. A solução foi uma autoconstrução no bairro do Talude Militar, em Loures, mas, em setembro do ano passado, e com um aviso 48 horas antes, a casa foi demolida.
Ana e os filhos foram encaminhados para uma pensão da Segurança Social, no centro de Lisboa, onde as condições são precárias.
Este caso é reflexo de uma realidade cada vez mais comum: a crise na habitação e a crescente ameaça de despejos afetam as famílias mais vulneráveis.
Ana Paula segue para a maternidade esta terça-feira com a esperança de que o nascimento de Heitor traga um pouco de alívio, mas sem saber onde poderá viver depois do parto.