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Paulo Rangel critica clima de instabilidade e avisa: "A transparência não pode ser pornografia"

Paulo Rangel defendeu Montenegro, criticou o PS e avisou: "A transparência não pode ser pornografia". Em entrevista à SIC Notícias pediu ainda clareza à oposição e disse que criar instabilidade agora pode ter consequências graves.

Ana Luísa Monteiro

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, saiu esta noite em defesa de Luís Montenegro na SIC Notícias, considerando que o primeiro-ministro foi "claríssimo" ao esclarecer a situação da empresa familiar.

Paulo Rangel apontou que se tem feito "muito ruído" à volta do caso e que "há ignorância sobre a atividade" da empresa. Sublinhou que a Spinumviva presta serviços técnicos especializados e que "todas as atividades estão declaradas".

"A transparência não pode ser pornografia, infelizmente está-se a tornar nisto", afirmou, referindo-se ao nível de exposição pública, que considera exagerado.

O ministro acusou ainda o Partido Socialista de alimentar a polémica.

"A única vez que vi o líder do PS falar mais do que o Chega foi nos últimos quatro dias".

Paulo Rangel falou também sobre a ameaça de uma moção de confiança feita por Luís Montenegro esta noite, negando tratar-se de um jogo político.

"O Parlamento tem que dizer se considera que o Governo tem ou não condições para continuar", reiterou.

O governante lembrou que Montenegro se afastou da empresa "assim que chegou a presidente do PSD" e que a Spinumviva "não presta nenhuma atividade ilícita". Nesse sentido, defendeu que não há razão para que a empresa desapareça, elogiando a "postura de autenticidade e genuinidade" do primeiro-ministro.

O ministro Estado desafiou os partidos da oposição a clarificarem a posição sobre o Governo e admitiu que uma moção de censura seria uma boa oportunidade para perceber onde se colocam PS, Chega, Livre e BE.

"Os partidos têm que tomar uma posição. Há um partido em Portugal que tem que dizer se é pela estabilidade ou pela instabilidade política", lançou, numa clara referência ao Partido Socialista.

O ministro alertou ainda para a conjuntura internacional difícil e para o momento decisivo na execução do PRR, afirmando que "fomentar a instabilidade" neste contexto pode ter consequências graves.

"Se não querem que o Governo governe, assumam as consequências", disse.
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