As provas digitais arrancam esta segunda-feira com greves já convocadas pela Fenprof e pelo S.TO.P.. Os sindicatos consideram que as provas-ensaio representam uma sobrecarrega horária para os professores. O presidente da Associação de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, Filinto Lima, diz que mais que um teste aos conhecimentos dos alunos, estas provas servem para o Ministério da Educação assegurar que o modelo digital funciona.
“Estas provas, em princípio, não têm a ver com a avaliação dos nossos alunos. Embora em algumas escolas, é bom também que se diga e que a opinião pública fique esclarecida, estas provas, ao contrário do passado, as provas que amanhã serão realizadas, poderão ser um instrumento de avaliação para os professores, ou seja, poderão contar para a nota, para a classificação dos nossos alunos”, explica Filinto Lima.
O presidente da Associação de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas esclarece também que “estas são as provas que se chamaram antigamente provas de aferição, são os testes de Monitorização da Aprendizagem (ModA), que se vão realizar no 4.º e no 6.º ano de escolaridade, no passado era no 2.º, 5.º e 8.º, e também a prova já habitual, a prova final de 9.º ano”.
Quanto às paralisações convocadas em protesto contra a realização das provas-ensaio, Filinto Lima considera “legítimo da parte dos sindicatos a convocatória da greve” da Fenprof e do S.TO.P..
O presidente da Associação de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas realça, contudo que estas provas são “uma medida cautelar por parte do Ministério da Educação para perceber se está tudo preparado para que os nossos alunos, na altura das provas, de facto, finais, não falhe a internet, há computadores para todos os alunos. Eu penso que isso é legítimo da parte do Governo”.
Escolas têm "todas as condições reunidas" para a realização de provas digitais
O secretário de Estado da Educação acredita que as escolas têm condições e estão preparadas para as provas digitais, que vão ser testadas a partir de segunda-feira pelos alunos dos 4.º, 6.º e 9.º anos.
"Com esta preparação das provas-ensaio, com o acompanhamento das escolas, com as garantias tecnológicas que estamos a dar às escolas e, claro, com o apoio que os serviços do Ministério da Educação têm dado (...), acreditamos que todas as condições estão reunidas", refere Alexandre Homem Cristo.
Em entrevista à agência Lusa, o secretário de Estado e Adjunto da Educação explica que o objetivo é permitir que os alunos se familiarizem com o formato digital em contexto de avaliação e ajudar as escolas a testar a sua preparação tecnológica, organizativa e logística.