O Governo anunciou a realização de mais uma auditoria ao INEM, com a promessa de apresentar os resultados até ao final de março. A avaliação, a cargo da Inspeção-Geral das Finanças, terá como foco a gestão de recursos humanos e as despesas realizadas desde 2021. O Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar elogiou a iniciativa, mas defendeu que a justiça também deveria intervir.
A recente demissão de Gandra d'Almeida, ex-CEO do SNS, após denúncias de que acumulou funções ilegalmente enquanto era diretor do INEM no Norte, é apenas mais um dos episódios controversos que envolve o Instituto Nacional de Emergência Médica. Pouco mais de uma semana após o caso, e sem mencioná-lo diretamente, o Governo decidiu avançar com uma nova auditoria ao INEM, conduzida pela Inspeção-Geral das Finanças.
Em comunicado, o Governo justificou a medida:
"Tendo em conta o valor do bem em causa, assim como recentes dúvidas suscitadas sobre o funcionamento deste Instituto, não se afigura suficiente uma mera análise da documentação genericamente disponibilizada no quadro da prestação de contas regular e legalmente estabelecida."
A auditoria tem como objetivo fiscalizar o funcionamento do INEM, especialmente no que diz respeito às despesas e à gestão de recursos humanos. Apesar de encarar a decisão com tranquilidade, o sindicato acredita que o Ministério Público devia intervir.
Embora o período incida nos anos decorridos desde 2021, o sindicato defende que a auditoria deveria abranger todo o período em que Luís Meira esteve à frente do Instituto. Luís Meira, que se demitiu em julho de 2024 após a polémica com os helicópteros de emergência médica, foi um dos protagonistas de episódios que levantaram dúvidas sobre a gestão do INEM. O Governo já admitiu a possibilidade de alargar o período em análise.
Paralelamente, estão em curso outras auditorias. Uma delas, liderada pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde, avalia a eficiência da gestão do INEM e já apontou falhas, incluindo dúvidas sobre o pagamento das horas de formação dadas por técnicos no Instituto. Além disso, prossegue a investigação sobre as mortes ocorridas no início de setembro de 2024, associadas a alegados atrasos no socorro durante a greve dos técnicos de emergência pré-hospitalar.