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Ministra da Saúde garante que não sabia da acumulação de funções de Gandra d'Almeida

Ana Paula Martins garantiu, em declarações exclusivas à SIC, que nem a própria ou o Governo tinham conhecimento de qualquer ilegalidade por parte de António Gandra D'Almeida. O ex-diretor executivo do SNS demitiu-se depois de uma Investigação SIC ter revelado que acumulou, durante mais de dois anos, as funções de diretor do INEM do Norte com as de médico tarefeiro.

MANUEL DE ALMEIDA

SIC Notícias

A Ministra da Saúde voltou a insistir que não sabia da acumulação de funções irregulares do ex-diretor geral do Serviço Nacional de Saúde (SNS), António Gandra D'Almeida.

Em declarações exclusivas à SIC, Ana Paula Martins garantiu que não teve, nem o Governo, conhecimento de qualquer ilegalidade.

Disse que apenas teve acesso ao relatório da Comissão de Recrutamento e Seleção da Administração Pública (CReSAP) que validou o currículo do ex-diretor do SNS.

Garante que, depois da investigação da SIC, falou de imediato com António Gandra D'Almeida e informou o Governo e a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS).

Investigação SIC que dava conta de alegada incompatibilidade de funções

O antigo diretor executivo do SNS demitiu-se depois de uma investigação da SIC revelar que tinha acumulado funções, durante mais de dois anos, como diretor do INEM do Norte e como médico tarefeiro nas Urgências da Guarda, Faro e Portimão. Um pedido que foi aceite pela ministra da Saúde, Ana Paula Martins. 

A lei diz que é essa acumulação incompatível, mas António Gandra D'Almeida conseguiu que o INEM lhe desse uma autorização com a garantia de que não ia receber vencimento. No entanto, através de uma empresa que criou com a mulher e da qual era gerente, terá recebido mais de 200 mil euros por esses turnos.

Na nota enviada à comunicação social, Gandra D´Almeida considerou que a reportagem incide sobre a sua atuação profissional nos anos que precederam o exercício de funções como diretor executivo do SNS - 2021, 2022 e 2023.

"A mesma contém imprecisões e falsidades que lesam o meu bom nome e, portanto, a condição primeira para que possa servir, com toda a liberdade o SNS, os seus profissionais e os seus utentes, e honrar o convite que me foi feito pelo Governo", salienta António Gandra D´Almeida.

A escolha de Gandra D´Almeida

Em 22 de maio de 2024, o Ministério da Saúde anunciou que tinha escolhido o médico militar António Gandra D´Almeida para substituir Fernando Araújo como diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e, no mês seguinte, o Conselho de Ministros aprovou a sua designação para o cargo.

Gandra D´Almeida, especialista em cirurgia geral, foi diretor da delegação do Norte do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) a partir de novembro de 2021 e, nas Forças Armadas, acumulou funções de chefia e de coordenação.

Foi escolhido pelo Governo na sequência da demissão apresentada por Fernando Araújo no final de abril de 2024, depois de liderar a Direção Executiva do SNS durante cerca de 15 meses, alegando que não queria ser um obstáculo ao Governo nas políticas e nas medidas que considerasse necessário implementar.

[Última atualização às 23:46]

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