O Bloco de Esquerda (BE) diz-se vítima de um ataque político a propósito de uma notícia da revista Sábado que dava conta do despedimento de cinco trabalhadoras do partido que tinham sido mães há pouco tempo. O partido diz que é mentira e vai apresentar queixa à Entidade Reguladora para a Comunicação Social.
A notícia da Sábado fala em cinco trabalhadoras do Bloco de Esquerda que foram despedidas. Mães há pouco tempo que ainda amamentavam. A revista cita fontes que não identifica para sustentar os casos que terão ocorrido entre 2022 e 2024.
Duas das jovens mães exerciam funções no Parlamento Europeu. Outras duas trabalhavam nas redes sociais, tinham filhos de 2 e 9 meses, estavam a amamentar e os despedimentos terão ocorrido sem o parecer prévio da Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego.
Por último, o quinto despedimento terá sido de uma jovem com um filho de 11 meses. Segundo uma fonte citada pela revista, o partido acabou por manter a trabalhadora ao perceber que a saída era ilegal.
BE diz que artigo é "ataque político"
O Bloco de Esquerda diz que o texto da revista Sábado "é um ataque político que dispensou o jornalismo e a verificação dos factos" e, por isso, apresenta queixa à Entidade Reguladora para a Comunicação social.
Sublinha que das cinco pessoas citadas pela revista uma continua a trabalhar no partido. Garante que nenhuma trabalhadora com um bebé de 2 meses foi despedida e que em 2024 houve dois contratos que terminaram automaticamente pelo Parlamento Europeu.
Quanto ao resto, o bloco explica que em 2022 teve que cortar 30 postos de trabalho por força dos maus resultados nas eleições legislativas que ditaram o corte para metade das subvenções. Garante que respeitou os prazos de notificação.
Na rede social x, uma antiga funcionária do Bloco de Esquerda declara ter sido uma das mães despedidas em 2022. Diz que lhe foi proposto um falso contrato de trabalho. Assinou, mas confessa que se arrepende até hoje. Considera que o processo de despedimento coletivo foi mal gerido e que vários trabalhadores saíram sem o respeito que mereciam. Escreve ainda que das feministas do partido não ouviu uma palavra de solidariedade.