À frente da administração do Hospital de Santa maria quando o caso das gémeas luso-brasileiras começou a ser questionado na praça pública, Ana Paula Martins ordenou uma auditoria aos procedimentos internos. Nos corredores já se falava na suposta interferência politica, mas oficialmente nada ficaria provado.
"Eu nunca encontrei a mínima evidência de qualquer interferência, contacto, carta o que fosse nem da parte do senhor Presidente da República, nem da Presidência da República, nem do senhor Secretário de Estado António Sales, nem da Secretaria de Estado. nem de ninguém", sublinhou Ana Paula Martins.
Deixa claro que não compete a um Secretário de Estado ou a qualquer membro do Governo meter cunhas nos hospitais. Mas, a agora ministra da Saúde, admite que o acesso ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) não é igual para todos.
Emocionada conta que como administradora do hospital de Santa Maria, num supermercado, uma mãe lhe pediu ajuda para o filho surdo que andava entre consultas no público e no privado.
Reconhece as gémeas luso-brasileiras para receber o medicamento inovador tinham como critério residir em Portugal, mas à frente do Santa Maria testemunhou ainda a dificuldade de continuar a acompanhar as crianças que entretanto saíram do país.
A Comissão Parlamentar de Inquérito está prestes a chegar ao fim. Na próxima semana volta a ser ouvido Lacerda Sales que foi constituído pelo Ministério Público (MP).