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Caso gémeas: neuropediatra do Santa Maria diz que médica foi pressionada a marcar consulta

A neuropediatra Teresa Moreno já havia relatado insistências por parte da diretora de pediatria do Hospital de Santa Maria, Ana Isabel Lopes, para que o agendamento fosse feito, com referências então diretor clínico da unidade Luís Pinheiro.

SIC Notícias

O neuropediatra Tiago Proença dos Santos diz que houve pressão para ser marcada a primeira consulta das gémeas luso-brasileiras no Hospital Santa Maria, mas não sabe se foi interferência política, explicou na comissão parlamentar de inquérito.

Foi o neuropediatra Tiago Proença dos Santos quem teve a iniciativa de escrever uma carta, dirigida ao então diretor clínico do Santa Maria, a contestar o tratamento das gémeas luso-brasileiras. Foi assinada por todos os neuropediatras do hospital.

"Nós não pedimos para negar nada, só pedimos para não agilizar. A nossa questão era se deveriam ser presentes nessa consulta. (...) Elas já estavam salvas. Quando fazem o tratamento [com Zolgensma] já tinham sido salvas com o tratamento que estavam a ter no Brasil", considerou na comissão parlamentar de inquérito.

Houve dúvidas quanto à forma de proceder, perante um pedido que o médico diz não ter sido inocente:

"Recordo que foi feita pressão sobre Teresa Moreno para fazer a marcação. Teresa Moreno não marcou [de imediato] e depois há essa pressão. Não é um pedido inocente", afirmou.

Houve rumores de que teria havido intervenção da Secretaria de Estado da Saúde, mas não pode afirmar que de facto tenha acontecido.

Na altura, António Lacerda Sales era o secretário de Estado da Saúde e volta, agora, ser ouvido na próxima sexta-feira. Uma semana depois será ouvida a ministra da Saúde, que na altura liderava o Centro Hospitalar Lisboa Norte.

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