Arranca esta segunda-feira o novo modelo de urgências de obstetrícia e ginecologia, que que estabelece a necessidade de um contacto telefónico prévio com a linha SNS 24 antes do acesso às urgências.
Este novo modelo entrará em funcionamento com uma fase-piloto em 14 unidades locais de saúde de Lisboa e Vale do Tejo e Leiria, com previsão de alargamento a todo o país após três meses.
Para Carla Santos, presidente do Observatório de Violência Obstétrica, “esta solução é um penso rápido”.
“Acho que esta ministra devia ser conhecida como a ‘ministra dos pensos rápidos’, porque vai desfalcar completamente as equipas nos hospitais e vai tirar toda a atenção das unidades de saúde familiar, que é um investimento que deveria ser feito. Uma linha não vai resolver nenhum problema.”
Carla Santos teme que o novo modelo comprometa a segurança quer das mulheres que procuram assistência, quer dos profissionais de saúde.
A presidente do Observatório de Violência Obstétrica recebe todos os dias relatos dos receios das mulheres, que só parecem aumentar.
“Já existia o receio, que já tem vindo a ser frequente, de não saber se os hospitais estão abertos ou fechados. Este é um receio que já tinha anos”, a que se junta, agora, “a questão de ir para o hospital ou contactar a linha em perigo de vida”, aponta.