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"Insatisfeitos há 22 anos", sapadores exigem aumento de pelo menos 200 euros

António Pascoal, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa, garante que os Bombeiros Sapadores "vão continuar a lutar por aquilo que é justo", caso a reivindicação não seja satisfeita na reunião desta terça-feira com o Governo.

SIC Notícias

Os Bombeiros Sapadores exigem um aumento salarial de pelo menos 200 euros. Se o Governo não ceder, ameaçam continuar com os protestos. O Executivo volta a reunir-se esta manhã com os sindicatos que representam os Bombeiros Sapadores. Estes profissionais exigem mudanças na carreira, que não é revista há mais de duas décadas. Na reunião da semana passada os ânimos exaltaram-se para além da contestação, foram lançados petardos.

“Nós entendemos que nunca poderá ser inferior a um aumento de 200 euros porque os bombeiros já tinham um ordenado que, retirando os suplementos regulatórios que estavam incluídos nele, tinham um ordenado inferior ao ordenado mínimo nacional. Portanto isso, além de ser ilegal, é imoral e não podemos aceitar”, explica António Pascoal.

O dirigente Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa alerta para o desinteresse dos jovens para ingressar nesta profissão.

“Porque não é uma profissão que seja atrativa e mesmo aqueles que ingressam na carreira, pouco tempo depois arranjam outro emprego e vão-se embora. Portanto, além de se dar formação que depois para nada serve, ganham experiência e depois vão-se embora. A última recruta, em Lisboa, para os Sapadores de Lisboa, que queriam 80 e só conseguiram 52 bombeiros, e isto acontece a nível nacional", sublinha.

António Pascoal admite que, se não houver um entendimento com o Governo, poderá haver nova contestação nas ruas, como aconteceu em outubro, em frente à Assembleia da República.

“Os bombeiros estão insatisfeitos há 22 anos, não é há 2 dias, há 22 anos que andam sem revisão de qualquer carreira. A insatisfação é muita nos quartéis e, portanto, os bombeiros vão continuar a lutar por aquilo que é justo. Aquilo que é justo não só para nós (…) também é justo para a população que servimos. Porque começa a provocar algum desinteresse na profissão, começa a ser uma prestação de socorro com pouca qualidade, porque as pessoas que entram também não a têm”, conclui o dirigente sindical.

O início da reunião entre Sapadores e Governo estava previsto para as 9:00 desta terça-feira, mas foi adiado para as 10:00 por indicação do Executivo.

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