A oposição prepara-se para aprovar um aumento extra das pensões, já neste Orçamento do Estado para 2025, na fase de especialidade, que decorre até ao fim da próxima semana. É uma alteração contra a vontade do Governo. O PSD ordenou à Unidade Técnica de Apoio Orçamental que avalie o impacto da proposta do PS nas contas públicas.
Na última sexta-feira, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Socialfrisou, na Assembleia da República, que o Governo admite a possibilidade de um novo suplemento extraordinário das pensões. “Contudo, essas medidas apenas devem ser tomadas quando for seguro para o país”, advertiu a ministra Maria do Rosário Palma Ramalho.
No mesmo dia, o PS veio dizer que não prescinde de uma proposta de alteração já neste Orçamento de 2025. Pretende um aumento das pensões para quem ganha até 1566 euros mensais.
Chega deverá votar ao lado do PS
De pouco vale o Governo não o querere a ministra ir dizendo que o que pode acontecer, eventualmente, será haver apenas um suplementocondicionado à disponibilidade orçamental que existir em meados do próximo ano. É que a proposta do PS terá maioria para ser aprovada e ter de ser incluída na versão final do Orçamento. Pelo menos, a acreditar na palavra de André Ventura, que admitiu apoiar a medida.
O Chega tem uma proposta própria, de um aumento superior ao proposto pelo Partido Socialista, mas só para pensões até aos 1018 euros. O PS já fez saber que não aprova propostas do Chega.
Com a especialidade a decorrer e a votação final global do Orçamento do Estado marcada para 29 denovembro, o PSD prepara-se para ver a oposição aprovar o aumento extra das pensões.
Esta segunda-feira, os sociais-democratas enviaram à Unidade Técnica de Apoio Orçamental um pedido para que analise a proposta do Partido Socialista, questionando o impacto nas contas públicas. O PS apresentou um custo de 265 milhões de euros e insiste que fica bem dentro da margem orçamental.