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Governo vai acabar com o programa de apoio a edifícios mais sustentáveis

Para o combate à pobreza energética, há novos programas pensados apenas para as famílias mais desfavorecidas. A medida está a ser criticada porque vai deixar de fora milhares de consumidores que precisavam deste apoio para fazer face ao Inverno.

Kathleen Araújo

Joaquim Gomes

Francisco Carvalho

O inverno em Portugal é desafiante em muitas casas. De norte a sul, há construções com caixilharias antigas, sem vidros adequados para as temperaturas baixas e sem sistemas de aquecimento eficientes, casas onde o alto custo da energia torna-se um fardo difícil para as famílias com rendimentos baixos.

O programa do Governo Edifícios mais Sustentáveis ajudava financeiramente todos os consumidores que quisessem instalar painéis solares ou substituir janelas. No ano passado, a plataforma das candidaturas recebeu 90 mil pedidos cujos pagamentos ainda estão a ser avaliados e processados e não há garantia de financiamento para todos.

Os portugueses procuram cada vez mais conforto em dias frios, mas a ministra do Ambiente e Energia vai mesmo colocar o apoio no gelo. Não será renovado porque o Fundo Ambiental é considerado complexo.

“Ainda estão muitas candidaturas por apurar, ainda estão muitos financiamentos para serem reembolsados e dá ideia que esta foi uma forma de resolver a questão. Acaba-se com o programa e vamos financiar equipamentos, o que não é positivo”, diz Aline Guerreiro do portal da construção sustentável.

Será através do novo programa E-Lar, centrado na eficiência energética e na aquisição de equipamentos eficientes, que o Governo vai concentrar o apoio exclusivo às famílias mais desfavorecidas.

“Não adianta andarmos a financiar equipamentos e botijas de gás, seja o que for, quando, por exemplo, temos uma janela muito mal isolada, não temos isolamento em casa. O que acontece é que ao colocarmos equipamentos vamos consumir ainda mais energia porque são casas com necessidade de aquecimento”, explica Aline Guerreiro.

A medida deixa de fora todos os outros consumidores que não estão na lista das famílias carenciadas, mas que também não têm altos rendimentos.

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