A coordenadora do Bloco de Esquerda responsabiliza a Ministra da Saúde pelas falhas no INEM associadas a várias mortes devido ao atraso no socorro.
Mariana Mortágua acusa Ana Paula Martins de inação depois de saber da greve dos profissionais e defende, por isso, que a ministra devia abandonar o cargo.
“É óbvio que a ministra se devia demitir e devia demitir-se por uma razão muito simples: tinha conhecimento, como tinha o Governo, como tinha o primeiro-ministro, como tinham os partidos políticos, que ia haver uma greve, tinha conhecimento exatamente dos motivos dessa greve, e um desses motivos é o facto de não haver trabalhadores suficientes no INEM, metade dos necessários. Há muito tempo que estes trabalhadores dão esta nota: precisam de ser revistas as carreiras, abertos lugares no concurso, de ser atribuído um subsídio de risco.”
A ministra Ana Paula Martins “sabia que havia greve e não fez nada, e por isso é responsável (...) por mais um problema seríssimo no SNS e tem que assumir as responsabilidades políticas disso”.
As falhas ou atrasos na resposta do serviço 112 e no encaminhamento para os Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), do INEM, devido à greve dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (TEPH) têm levantado polémica.
Os TEPH iniciaram no dia 30 de outubro uma greve às horas extraordinárias para pedir a revisão da carreira e melhores condições salariais, paralisação que suspenderam na quinta-feira, após o sindicato ter assinado um protocolo negocial com o Ministério da Saúde.
Na segunda-feira, a greve obrigou à paragem de 44 meios de socorro no país durante o turno da tarde, agravando-se os atrasos no atendimento da linha 112.
Há pelo menos nove mortes que podem estar associadas aos atrasos no atendimento na linha 112, tendo o INEM já confirmado o impacto da greve.