O Presidente da República tenciona visitar, nos próximos dias ou semanas, os bairros da Grande Lisboa afetados pelos tumultos, na sequência da morte de Odair Moniz, baleado pela polícia no bairro da Cova da Moura. Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou também que o Governo deve seguir o caminho do diálogo e da concertação, para responder à situação.
Em declarações aos jornalistas, esta tarde, o Chefe de Estado sublinhou a importância de “encontrar formas de diálogo, de concertação, de resolução pacífica dos problemas”.
“É mil vezes preferível a haver focos maiores ou menores de violência verbal ou de violência física”, frisou.
Marcelo Rebelo de Sousa disse que, pela parte do Governo, esperava que “fizesse o que está a começar a fazer”, recordando que o Executivo se reuniu, esta terça-feira, com associações das comunidades dos bairros da área metropolitana de Lisboa afetados pela vaga de violência.
O Presidente da República destacou também que “não se deve sobrepor ao Governo”, nesta matéria, uma vez que não é ele que tem o “poder executivo”.
Ainda assim, manifestou vontade de visitar os locais afetados pelos tumultos, muito em breve.
“Na medida em que corra bem aquilo que está hoje a iniciar-se, isso dá um espaço ao Presidente (...) para, nos próximos dias ou nas próximas semanas, poder concertar com o Governo realmente visitar esses municípios e esses bairros”, referiu Marcelo Rebelo de Sousa.
O Chefe de Estado foi ainda questionado quanto à queixa-crime apresentada contra três elementos do Chega – o presidente, André Ventura, o líder parlamentar, Pedro Pinto, e um assessor do partido, Ricardo Reis -, por declarações tidas como de incitação ao ódio, após a morte de Odair Moniz, às mãos da polícia. Marcelo Rebelo de Sousa prefere ficar de fora da polémica e apelar ao “bom senso”.
“É precisamente ao Presidente da República que compete não entrar naquilo que, muitas vezes, é a polémica partidária, a polémica política”, declarou. “O que importa agora à sociedade portuguesa é mais o bom senso, a serenidade e a tranquilidade."