O Governo reuniu-se esta quinta-feira com os autarcas da área metropolitana de Lisboa para avaliar os desacatos que têm estado a ocorrer em vários bairros. À saída, o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, anunciou o “acionamento de todos os meios de vigilância” para combater a violência dos últimos dias.
“Nós partilhamos com os senhores presidentes de câmara toda a atuação que o Governo e as autoridades de segurança e os serviços e forças estão a realizar como, por um lado, toda a disponibilização e toda a utilização de meios de vigilância desde presencial a cibernéticos, às redes para detetamos e prevenirmos todos os acontecimentos errados", explicou o ministro.
Em declarações aos jornalistas, Leitão Amaro reitera o acionamento de todos os meios que o Estado dispõe para garantir a segurança e promete uma ação “firme” para parar com “os comportamentos de violência e de destruição de bens públicos”. Algo que foi "muito visível" esta madrugada nos bairros onde existiram "situações de maior vulnerabilidade".
“Essa posição significa que nós temos todas as forças alinhadas, designadamente e obviamente em primeira linha PSP e GNR que têm responsabilidade territorial, não apenas com os meios normais para estes territórios, com a possibilidade e disponibilidade e prontidão para reforço. Tudo isto foi garantido e foi partilhado com os senhores presidentes de câmara.”
Leitão Amaro garante que segurança dos autocarros vai ser reforçada
O ministro da presidência acrescenta, ainda, que esta posição “significa também dar uma atenção especial à segurança nos autocarros". Algo, que explica Leitão Amaro, foi uma das manifestações dos autarcas que se reuniram com o Governo.
“Isto significa adoção de meios de dissuasão e prevenção e garantia de segurança. Os portugueses, todos aqueles que vivem em Portugal, têm de se sentir seguros em cada parte do território nacional.”
Questionado sobre se poderá passar a existir um polícia por autocarro, Leitão Amaro respondeu que “próximas horas em articulação Governo, autoridade metropolitana e os responsáveis das forças de segurança para dar essa perceção de segurança”.
“Ao longo das próximas horas, a Autoridade Metropolitana com as forças de segurança e o Governo, vamos continuar a programar o reforço de segurança não apenas nos autocarros, mas também nos autocarros. (...) “Os portugueses notarão, como notaram ontem, um reforço da presença das forças de segurança no terreno.”
“Não olhem para os autocarros, quem pensa fazer mal, como um alvo que podem atacar sem consequências. As consequências e a presença das forças de segurança estará [assegurada]", acrescentou Leitão Amaro.
"Estamos gratos às Forças de Segurança"
O ministro da Presidência agradeceu, ainda, às forças de segurança pelos esforços em conter a violência nos bairros da grande Lisboa, mas diz que não deixam de estar sujeitos a escrutínio.
“Se por um lado apoiamos convictamente e agradecemos profundamente às mulheres e homens das forças de segurança que estão no terreno, muitos com pouco descanso nas últimas horas porque isto é um ciclo permanente, agradecemos muito profundamente. Em segundo lugar, nós reafirmamos o nosso princípio de confiança na atuação das forças de segurança. Tudo isto não prejudica que nós digamos que todas as atuações de todas as partes agentes e autoridades do Estado estão sujeitas a escrutínio”.
Sobre se teme que os tumultos continuem, Leitão Amaro diz que teme “se as pessoas que erradamente que as pessoas que os praticam os façam, não compreendendo e não notando que o Estado está a atuar”.