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Retirada dos sem-abrigo do Jardim da Igreja dos Anjos "estava planeada há muito tempo", garante autarquia

As declarações da Presidente da junta de freguesia de Arroios depois do porta-voz do Livre, Rui Tavares, ter acusado este sábado o presidente da Câmara de Lisboa de "ir atrás do discurso da extrema-direita", relativamente à imigração, e ter negado que a situação dos sem-abrigo no largo dos Anjos está resolvida.

SIC Notícias

A Presidente da junta de freguesia de Arroios, Madalena Natividade, garantiu que a retirada das pessoas em situação de sem-abrigos do jardim da Igreja dos Anjos estava planeada há muito tempo e decorreu de forma pacífica.

“Esta intervenção já estava planeada à muito tempo”, garantiu a autarca.

Em entrevista à SIC Notícias, Madalena Natividade acusou ainda o Livre de contestar a solução da autarquia, sem apresentar uma resposta melhor.

"Se o senhor representante do Livre acha que havia outras soluções eu gostava de saber qual foi o contributo que o Livre deu para nos ajudar a solucionar esta questão", disse.

As declarações da presidente da junta de freguesia de Arroios surgem depois do porta-voz do Livre, Rui Tavares, ter acusado este sábado o presidente da Câmara de Lisboa de "ir atrás do discurso da extrema-direita", relativamente à imigração, e ter negado que a situação dos sem-abrigo no largo dos Anjos esteja resolvida.

"Uma pessoa pergunta se Mário Soares alguma vez teria deixado fazer este discurso sobre imigrantes e ir atrás sem ter, a certa altura, um estado de alma, um grito de alma a dizer: Os outros receberam-nos bem quando fomos exilados. Receberam-nos bem quando passamos a salto", questionou.

Rui Tavares falava aos jornalistas no final da cerimónia comemorativa do 114.º aniversário da Implantação da República, que decorreu na Praça do Município, em Lisboa, e na qual intervieram o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

No seu discurso, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, defendeu que o país não pode "aceitar uma política de portas escancaradas que conduz à desordem".

"Hoje assistimos a manifestações de um drama humanitário que nos envergonha a todos como país. Nós precisamos de imigração, mas não podemos aceitar uma política de portas escancaradas que conduz à desordem, dá espaço a redes criminosas e multiplica casos de escravatura moderna", disse o autarca, anfitrião das cerimónias oficiais do 05 de Outubro.

Este discurso foi criticado pelo porta-voz do Livre, que acusou Carlos Moedas de "ir atrás da extrema-direita" e de citar o poeta Luís de Camões, “desconhecendo a história”.

"É bonito citar Camões, mas é mais bonito não passar o mandato inteiro. Já lá vão três anos do presidente da Câmara a chamar a tudo aquilo que inaugura, às vezes de mandatos precedentes, 'factory' não sei quê, 'hub' não sei que mais. A língua portuguesa existe, mas se não cuidarmos dela vai definhando", observou.

Rui Tavares negou ainda que a Câmara de Lisboa tenha resolvido a situação dos imigrantes que estão há meses a viver em tendas junto à igreja dos Anjos, ao contrário do que foi anunciado por Carlos Moedas durante o seu discurso.

"O largo dos Anjos não apresentava nenhuma diferença sensível nesta manhã. A situação dos sem-abrigo não é de um largo. É de uma cidade inteira, na qual o presidente Carlos Moedas pouco ou nada fez para resolver esta situação", apontou.

Com Lusa

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