Cerca de 1,3 milhões de estudantes do 1.º ao 12.º anos começam o novo ano letivo, entre esta quinta-feira e a próxima segunda. Tal como tem acontecido nos últimos anos, o regresso às aulas volta a ser marcado pela falta de professores em muitas escolas.
O diretor da escola secundária de Camões, em Lisboa, João Jaime Pires, considera que há falta de planeamento.
"Nós sabemos que, até 2030, vamos precisar de muitos professores para substituir aqueles que vão sair do sistema e, portanto, era preciso planificar, era preciso dar dar realmente um significado a carreira (...) Esta questão é uma questão de futuro e de futuro para o país, ou seja, é fundamental que a profissão de professor seja aliciante".
O representante da CONFAP - Confederação Nacional das Associações de Pais - Paulo Cardoso, refere que a falta de professores é um problema que começou há cerca de 10 anos.
"Já há 10 anos que a CONFAP tinha começado a receber algumas queixas de alguns pais, de que algumas disciplinas já não teriam professor, principalmente na região de Lisboa".
Um "penso rápido"
O Governo chama professores aposentados com um regime remuneratório extra. Tanto a CONFAP como o diretor da escola secundária de Camões estão de acordo que a medida é um "penso rápido", mas é preciso esperar para ver quais os resultados.
"Há duas formas [de resolver] que foram colocadas pelo Governo: os chamados pensos rápidos que é contratação de professores que estão já em idade de reforma e professores do ensino superior e investigadores que possam que possam ir dar aulas, e, a mais longo prazo, que é a chamada de novos alunos para a profissão de docente (...), temos que aguardar, temos que dar o benefício da dúvida àquilo que o Governo está a fazer."
João Jaime Pires afirma que os dados têm vindo a piorar ano e relembra que a classe está envelhecida e o extremo cansaço que sentem os professores.
"Há um cansaço enorme dos professores. A carga letiva que os professores têm, estamos a pedir a alguns professores que ultrapassem essa carga letiva (...) mas estou convencido que, ao longo do tempo, vão entrar atestados médicos".
"Os dados têm vindo a piorar de ano para ano (...) Tenho a sensação de que este é o ano mais difícil dos últimos 5 anos".