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Como correu o primeiro dia da megaoperação da AIMA?

Abriu um novo centro da AIMA para resolver 400 mil processos de imigração pendentes. Houve quem passasse a noite à porta, mas que acabou por ficar sem atendimento por falta de marcação. O ministro da Presidência diz que o problema é grave e que leva tempo para ser resolvido.

Tiago Monteiro

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Vanda Paixão

A ansiedade em resolver os problemas que se arrastam há anos é grande. Frances, um dos muitos imigrantes que querem resolver a sua situação em Portugal, esteve desde a meia-noite no posto extraordinário da Agência para a Integração Migrações e Asilo (AIMA), que abriu esta segunda-feira no Centro Hindu de Telheiras, em Lisboa.

No entanto, só às 8h00 o brasileiro soube que não ia ser atendido.

“Não foi divulgado que o requisito de atendimento seria por agendamento. Não sabia, caso contrário não estaria aqui tão cedo. E talvez nem viria, porque gosto de fazer as coisas na legalidade”, afirma Frances, que foi mandado para outro posto da AIMA, que fica nos Anjos, em Lisboa.

O mesmo aconteceu com outras pessoas. Houve mesmo quem tenha desistido de fazer um agendamento.

“Eu não tenho tempo para ficar correndo para lá e para cá. Enquanto o Governo permitir eu vou ficar aqui, vou ficar ilegal”, diz uma das pessoas presentes. “Preciso me legalizar. Eu tenho a manifestação e quero andamento na documentação. mas está difícil”, contesta outra.

“O problema não fica resolvido hoje", diz ministro

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, visitou o novo centro da AIMA, onde afirmou que o problema é "grande, grave e precisa de atenção”.

“O problema fica resolvido hoje? Não! (…) O que nós estamos aqui a fazer é resolver processos pendentes verificando com cuidado que as pessoas que podem ter a residência em Portugal cumprem os requisitos da lei portuguesa”.

A operação especial de regularização vai mobilizar mais de 100 pessoas, incluindo trabalhadores da AIMA e também colaboradores de entidades da sociedade civil que já receberam formação técnica.

O agendamento na AIMA pode ser feito por telefone para o Centro de Contacto da agência entre as 8h00 e as 20h00.

"É preciso perceber que isto é um processo longo. São muitas pendências e a vez de todos vai chegar. Os contactos estão atualizados. Não fiquem já demasiado preocupados se numa primeira fase não forem agendados, vão sê-lo certamente numa segunda fase ou numa terceira, quarta, ou quinta fase. Todos irão ser abrangidos", afirma o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da AIMA, Artur Girão.

A operação deverá manter-se até junho do próximo ano.

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