Lúcia Carvalho é um exemplo de mãe que enfrenta este desafio diariamente. Relata a dificuldade em manter o filho adolescente longe do telemóvel, especialmente durante as férias, quando há mais tempo livre. No entanto, Lúcia vê com bons olhos quando ele opta por atividades ao ar livre, como passeios de bicicleta, em vez de ficar conectado.
Dados mostram que a utilização do smartphone é a atividade preferida da maioria das crianças e adolescentes no tempo livre, superando a interação presencial com amigos, prática de desportos ou leitura. Em Portugal, país com 10 milhões de habitantes, há mais de 17 milhões de smartphones ativos, refletindo o desafio de controlar o tempo de ecrã.
Especialistas, como Sofia Ramalho, vice-presidente da Ordem dos Psicólogos, e Guida Veiga, investigadora na área do brincar da Universidade de Évora, defendem a criação de regras para o uso de tecnologia e a promoção de atividades alternativas. As sugestões incluem brincar com peças soltas e utilizar aplicações para atividades ao ar livre, como caminhadas na natureza.
Pais, como Catarina Prado e Castro, do movimento "Menos Ecrãs, Mais Vida", também partilham as estratégias para limitar o uso de tecnologia em casa, enfatizando a importância de estabelecer bons hábitos desde cedo. A mensagem é clara: equilibrar o uso da tecnologia com outras atividades é essencial para a saúde física, mental e social das crianças.